O Banco Central (BC) confirmou nesta terça-feira (10) o cancelamento das operações do Banco Neon.
Em maio de 2018, o BC havia decretado liquidação extrajudicial do Banco Neon. Em nota, a instituição informou que “constatou o comprometimento da situação econômico-financeira, bem como a existência de graves violações às normas legais e regulamentares”.
“O Banco Central está adotando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, em observância às suas competências legais de supervisão do sistema financeiro. Nos termos da lei, ficam indisponíveis os bens dos controladores e dos ex-administradores da instituição”, completou a nota.
Banco digital Neon zera taxas para TED e depósitos
Além disso, a autoridade monetária destacou que as irregularidades encontradas no banco digital não estão relacionadas com a abertura e movimentação de conta digital ou com a emissão de cartões pré-pagos, objeto de acordo operacional com a empresa Neon Pagamentos para estruturação de plataforma de banco digital integrada com a gestão de contas de pagamento.
Banco Neon diferente da Neon Pagamentos
O Banco Neon não tem vínculos com a Neon Pagamentos. As duas empresas têm CNPJs diferentes. E, por sua vez, a fintech salientou que “não tem nenhuma relação com o Banco Neon SA”.
O Banco Neon SA é o antigo Banco Pottencial. A instituição financeira foi fundada pela família Géo, e mudou de nome após a assinatura de uma parceria (joint venture) com a então startup Neon Pagamentos.
Segundo a Neon Pagamentos, o nome Neon foi emprestado ao Banco Pottencial “para não confundir os clientes”. Entretanto, na prática as duas empresas se apresentavam juntas. Elas chegaram a ter até o mesmo site na internet.
Além disso, após a liquidação financeira do banco os clientes que tinham contas digitais na fintech tiveram os serviços bloqueados. Isso acontece mesmo com a atuação do Banco Central não tendo efeitos administrativos sobre a Neon Pagamentos, que agora utiliza a estrutura do Banco Votorantim..
Saiba mais: Neon Pagamentos recebeu R$ 400 mi de General Atlantic e Banco Votorantim
Uma situação que ocorreu por causa da necessidade da fintech de um banco intermediário para operar no sistema financeiro brasileiro. Atualmente, a Neon Pagamentos tem uma parceria com o Banco Votorantim.
Nova parceria da Neon Pagamentos
Em meados de novembro, a Neon Pagamentos recebeu cerca de R$ 400 milhões do General Atlantic e do Banco Votorantim para fortalecer sua competição no Brasil.
A rodada de investimento do Neon Pagamentos ainda contou com a participação dos fundos:
- Monashess;
- Omiyar Network;
- Propel;
- Quona;
- Mabi.
Na ocasião, o fundador da Neon, Pedro Conrade, disse em comunicado: “Essa nova captação nos dá fôlego para seguir crescendo num ritmo ainda mais intenso e investir ainda mais em tecnologia e marketing”.
Posicionamento da Neon Pagamento sobre o Banco Neon SA
A fintech Neon Pagamentos não tem nenhuma relação com o Banco Neon SA (antigo Banco Pottencial), que teve o cancelamento da autorização para funcionamento confirmado nesta terça-feira, 10, pelo Banco Central.
As duas empresas, que sempre tiveram CNPJs diferentes, foram parceiras até maio de 2018, quando o Banco Central liquidou o Banco Neon SA, medida que não causou nenhum dano maior à operação das contas digitais da fintech Neon Pagamentos.
A legislação brasileira exige que empresas de tecnologia firmem acordos com bancos caso queiram operar no sistema financeiro. Então, apenas três dias após a liquidação do BC, a fintech Neon Pagamentos fechou uma nova parceria, desta vez com o banco Votorantim.
Desde então, a Neon Pagamentos atingiu cerca de 2 milhões de contas digitais e continua lançando produtos para facilitar a vida dos seus clientes.