O economista sênior do Banco MUFG Brasil, Carlos Pedroso, projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) deve recuar 3,1% em 2020 e estima que a economia somente retornará ao patamar de antes da crise em 2022.
Segundo Pedroso, o PIB brasileiro deve apresentar uma queda de 0,2% no primeiro trimestre deste ano. Para o segundo trimestre, o economista prevê um tombo de 8,7%, sobre os três meses anteriores.
A economia será limitada pela expectativa de aumento de endividamento de famílias e empresas, assim como a elevação do número de desempregados, apontou Pedroso. Dessa forma, as projeções do Banco MUFG indicam que a economia retomará o pico, alcançado entre os meses de janeiro e março de 2014, apenas no segundo trimestre de 2023.
Banco MUFG prevê corte de 0,5% na Selic
Apesar das previsões de baixa atividade na economia, Pedroso adotou uma posição mais conservadora quanto à uma nova redução na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC), após provável corte de 50 pontos-base na quarta-feira.
Dessa forma, o economista manteve a projeção de que a taxa Selic irá encerrar 2020 em 3,25%, ante o patamar atual de 3,75% ao ano.
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“A grande questão é como o BC conseguiria passar esse custo menor de financiamento ao tomador final. Se mais corte de juros fizer a curva empinar, então é ineficiente”, afirmou Pedroso. “Se o BC vier amanhã mais ‘dovish’, claro, terei de mudar meu cenário.”
Para o economista, a taxa Selic deve ficar estável em 3,25% até o final do ano e o ambiente para mercados emergentes tende a melhorar, em função da recuperação da economia global no segundo semestre deste ano.
Além disso, o economista prevê um cenário de queda do dólar, fechando 2020 cotado a R$ 4,50. Enquanto a dívida bruta do País subiria para 86,1% do PIB de 2020. Segundo Pedroso, as projeções contemplam a piora fiscal e a recessão, assim como a suspensão pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) de devolução de verba ao Tesouro Nacional em neste ano e em 2021.