Banco Inter tem lucro líquido de R$ 74,2 milhões, mas ações caem 7%
O Banco Inter (BIDI4) fez a divulgação de balanço na quarta-feira (23). Com lucro líquido de R$ 74,2 milhões em 2018, a alta foi de 38% ante 2017.
O valor cai para R$ 69,8 milhões, e a alta a 29,8%, quando subtraídos os R$ 4,4 milhões que o Banco Inter pagou com a reversão do diferimento de contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).
Considerando-se apenas o quarto trimestre, a instituição financeira alcançou lucro contábil de R$ 22,3 milhões. Assim, o crescimento foi de 5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Por sua vez, na comparação trimestral, o quarto trimestre obteve alta de 17% (R$ 22 milhões).
Ações caem apesar de bom resultado no lucro
Todavia, as ações operavam com queda de 7,46% a R$ 40,20, após a instituição financeira divulgar os números do último trimestre de 2018. Os números frustraram os investidores, apesar da alta de 38% no lucro líquido.
Em paralelo à forte alta, o Banco Inter observou o retorno sobre patrimônio líquido (ROAE) despencar na comparação anual:
- 4º trimestre de 2017: 22,6%
- 4º trimestre de 2018: 9,5%
Contabilizando todo o ano, o ROAE caiu 4,4 pontos, para 10,4%.
Ressalta-se que a comparação é prejudicada em razão da abertura de capital (IPO) ter sido realizada em abril do ano passado. A oferta de ações aumentou o patrimônio líquido do banco.
A margem financeira líquida alcançou 9,6% em 2018, aumento de 1,4%, se comparada ao mesmo período do ano anterior.
O resultado foi fraco, de acordo com o Morgan Stanley ao “Investing”. Sobretudo, por conta dos dados operacionais ruins e o aumento das provisões com perdas para empréstimos.
Além disso, a alta do lucro ocorreu em meio a impostos mais baixos e subprovisionamento de risco de crédito. Isso proporcionou um impulso substancial do valor.
Além do banco norte-americano, o Bradesco BBI também projetou queda significativa para nas ações do Banco Inter, conforme o “InfoMoney”:
- Bradesco BBI: projeta -36% até o fim de 2019.
- Morgan Stanley: projeta -70% até o fim de 2019.
Para João Vitor Menin, o CEO do Banco Inter, “2018 foi um ano de crescimento, em que conseguimos aprimorar a experiência do usuário e lançar novas ofertas de produtos”.
O banco digital fechou o ano com 1,45 milhão de correntistas, 3,8 vezes o fechamento de 2017.
Saiba mais – A ascensão das fintechs continuará em 2019?
Saiba mais – Retrospectiva 2018: um ano intenso para as fintechs
Carteira de crédito do Banco Inter
A carteira de crédito ampliada do Banco Inter ascendeu 28,3% em um ano, e 9,4% em três meses. Assim, a carteira fechou dezembro em R$ 3,338 bilhões, conforme o jornal “O Estado de S. Paulo”.
Os ativos totais subiram de 57,7% em um ano, para R$ 5,641 bilhões, enquanto o patrimônio líquido cresceu 147,7%, para R$ 948,8 milhões.
O Índice de Basileia da instituição financeira bateu em 29,9% em dezembro, ante 17,2% o mesmo período de 2017, e 31,1% em setembro.
Por sua vez, o Índice de Eficiência do Banco Inter passou de 57,3% no fim de 2017 para 66,8% no ano passado. Este indicador específico mostra a melhor eficiência da empresa no menor valor de índice.