Telefone celular com capinha velha, acessórios sujos ou estragados, chulé e cabelo desarrumado. Esses são alguns dos itens listados pelo Banco Inter (INBR32) em cartilha compartilhada com funcionários que traz “dicas” de estilo e comportamento sugeridas durante o expediente.
O documento, intitulado “Os inimigos da Imagem”, reúne 14 normas para serem evitadas “a todo custo”. Entre os pedidos para serem deixados de lado no ambiente de trabalho do Inter, estão:
- Lingerie marcando ou aparecendo;
- Roupas com “bolinhas”;
- Roupas amassadas ou furadas, com manchas ou partes desbotadas;
- Acessórios, calçados e bolsas velhos, sujos ou estragados;
- Unhas e sobrancelhas malcuidadas;
- Barba malfeita e cabelo sem corte;
- Maquiagem borrada ou excessiva;
- Cabelo sujo ou desarrumado;
- Material de trabalho bagunçado, caneta com a tampa mastigada;
- Cheiros fortes (excesso de perfume ou mau odor);
- Roupas com pelos de animais de estimação ou outros resíduos como pó ou caspa;
- Telefone celular com capinha velha, partes sujas, película quebrada;
- Acessórios, calçados e bolsas velhos, sujos ou estragados;
- Mau hálito e chulé.
A cartilha do Banco Inter viralizou nas redes. Usuários criticaram o posicionamento da empresa.
A assessoria do banco informou, em nota, que o documento passou por revisão e sofreu alterações. A empresa disse ainda que respeita a individualidade dos colaboradores.
Cartilha do Inter cita prejuízo a imagem
Na imagem divulgada pelos usuários, a cartilha afirma que, apesar de as recomendações não parecerem “nada demais”, não segui-las poderia “prejudicar (e muito)” a imagem dos colaboradores.
Segundo a consultora de imagem e estilo Rebecca Aquino, ambientes corporativos mais tradicionais tendem a exigir dress code mais intencional. A consultora concorda com alguns pontos mencionados na cartilha, pois algumas vestimentas podem “gerar uma imagem de negligência”.
A maneira como o conteúdo foi montado, no entanto, é criticada pela profissional. A expressão “inimigos da imagem”, por exemplo, poderia ter sido substituída por “pontos que não favorecem uma imagem assertiva”, sugere Aquino.
A consultora questiona se alguns dos pedidos listados vão se estender para todas as pessoas, como “unhas e sobrancelhas malcuidadas”. Sobre essa questão, ela alerta que “dentro das empresas existe uma pressão estética muito maior para as mulheres do que para os homens”. “Então, se eles generalizam para todos, tudo bem. Mas se for apenas para as mulheres, o que seria uma unha malcuidada?”, diz.
Segundo ela, é “delicado quando cobram estética corporal: unha, cabelo, mau hálito”. “São pontos muitos invasivos. Tem que saber exatamente o que é dito sobre imagem”, afirma Aquino. “Direcionar vestimentas, tudo bem. Mas trazer outros elementos não considero interessante.”
Depois da repercussão negativa, o banco divulgou nota nesta quinta-feira (20), em que diz que o documento foi ajustado. “O Inter reforça que respeita a individualidade de cada um de seus colaboradores. O material em questão foi revisado e passou por alterações”, diz o texto.
Com informações do Estadão Conteúdo