Banco Inter (INBR31): BTG vê ações baratas, mas reduz preço-alvo: “2T22 deve ser pouco inspirador”

O BTG Pactual atualizou suas estimativas para o Banco Inter (INBR31), recomendando “compra” para o BDR do banco digital e reduzindo o preço-alvo de R$ 47 para R$ 24 — o que, ainda assim, representa uma possível alta de 50%.

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Na análise do BTG, as ações do Banco Inter – negociadas na B3 na faixa dos R$ 16 – parecem “muito baratas” para uma franquia tão promissora, negociadas a 0,8x o valor contábil (book value) mais recente.

O time de análise espera um segundo trimestre mais fraco para o Inter, com resultados “pouco inspiradores” devido aos altos custos de financiamento que pressionam a margem líquida de juros, ao aumento de custo do risco e a despesas financeiras relacionadas à dívida que financia o cash out.

Mas, segundo o BTG, a situação deve melhorar no segundo semestre com a melhora dos Non Performing Loans (NPL), contínua reprecificação do portfólio e controle contínuo de custos.

Na análise do BTG, o Inter está entendendo a maior urgência em melhorar os resultados no curto prazo. Entretanto, a baixa valorização do banco digital restringe a sua capacidade em levantar capital – por isso é importante que o Inter demonstre um caminho claro para uma lucratividade saudável em 2022.

Portanto, o BTG destaca que o principal risco de investimento no Inter é a possibilidade de o ROE (retorno sobre patrimônio) demorar muito tempo para melhorar, o que pode levar a um aperto de capital mais rápido do que o esperado.

“Reiteramos nossa recomendação de compra, mas ainda acreditamos que uma reavaliação só ocorrerá se e quando o Inter começar a mostrar claros sinais de melhorias no ROE”, explica o BTG.

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Projeções para o banco digital

A expectativa do BTG é de que o crescimento de crédito deve continuar menos agressivo, com uma faixa de alta de 40 a 60%.

No quesito inadimplência, o Inter ainda deve ver maior movimento nos cartões de crédito no curto prazo, com o restante da carteira mostrando métricas resilientes, segundo o BTG.

“Os limites do cartão de crédito estão sendo calibrados, com maior escrutínio durante o processo de integração, e o Inter agora espera que a inadimplência atinja o pico no 3T22, com possível estabilização esperada para o quarto trimestre. O crescimento da carteira de empréstimos deve desacelerar em relação aos níveis históricos”, explica.

O BTG também ressaltou que o Inter está adotando um controle de custos mais rigoroso e vê a possível redução de capital do banco digital como forma de reduzir o impacto negativo nos resultados pela dívida contratada para financiar o cash out na listagem nos Estados Unidos, de R$ 1,1 bilhão, feita em junho.

A aprovação para essa redução deve acontecer em meados do 4T22, cerca de 60 dias após o anúncio, na visão dos analistas.

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Frente a essa estimativa de redução de capital, o BTG projeta um crescimento de crédito de 40%, 34% e 29% em 2022, 2023 e 2024 (contra 50%, 61% e 49% antes), para o banco Inter.

Para as provisões, o BTG projeta uma queda de 13% e 31% em 2023 e 2024, devido ao possível crescimento mais lento dos empréstimos.

Além disso, o BTG reduziu suas projeções para o lucro por ação para 2022, 2023 e 2024, em 50%,20% e 22%, com estimativas mais baixas para taxa de receita e a receita líquida de juros.

Cotações do Banco Inter

O BDR do Banco Inter fechou em alta de 5,36% nesta quinta-feira (28), cotada em R$ 16,89.

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Marco Antônio Lopes

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