Banco Inter (BIDI4): UBS rebaixa recomendação devido à alta na curva de juros. Entenda
O banco Inter (BIDI4) divulgou ao mercado, na última segunda-feira (04), sua prévia operacional do terceiro trimestre (3T21). Os números indicam uma boa expansão do banco digital, segundo a UBS, que ressalta não haver qualquer indicação de provisões extraordinárias.
Porém, o banco de investimentos vê como negativa para o banco Inter a recente alta na curva de juros do Brasil e, por isso, rebaixou a recomendação de compra das ações BIDI11 para neutra. O preço-alvo em 12 meses para os papéis ficou em R$ 81,00, o que representa um potencial de valorização de 58,51%.
Em relação aos dados da prévia operacional do Inter, o UBS afirma que os números fornecidos mostram um bom desempenho do banco digital. O banco suíço faz uma ressalva em relação ao segmento de investimentos, apenas, que considerou aquém do esperado.
Veja algumas previsões do UBS versus o resultado do Inter:
banco Inter 3T21 | UBS estimativa | |
clientes totais | 14 milhões | 14,5 milhões |
clientes em investimentos | 1,8 milhões | 2,3 milhões |
clientes com seguros | 683 mil | 680 mil |
O Inter ganhou 2 milhões de clientes entre julho e setembro, número acima do 1,8 milhões de abril a junho. O UBS destacou o feito como positivo, embora no valor geral tenha ficado abaixo da estimativa.
Evolução nos negócios sem provisão
Em seu relatório, o UBS destaca que o banco Inter encerrou o 3T21 com 2,5% das reservas de provisões, valor semelhante aos trimestres anteriores. “As informações de qualidade dos ativos fornecidas devem reduzir as preocupações do mercado em relação a uma possível necessidade de provisões extraordinárias, o que já foi negado pelo Inter”, diz o documento.
No mais, o banco suíço também fala sobre a expansão da originação de crédito do banco digital, que ele qualifica como “relevante”. Os destaques ficaram para o crédito imobiliário (+21% trimestre a trimestre) e para PMEs (+16% trimestre a trimestre).
Em relação ao Inter Shop, o UBS destaca que o volume de vendas foi impactado positivamente pelo Inter Day, que agregou cerca de R$ 100 milhões de GMV do 3T21. “Não é possível saber o que foi a taxa de aquisição líquida do Inter em seu mercado, mas acreditamos que o nível de retorno do dinheiro continuou alto no 3T21 (e deve continuar por um tempo)”, diz relatório.
Também houve indicação de que o negócio de cartões está ganhando força, com um maior volume total de pagamentos e de emissões.
banco Inter 3T21 | UBS estimativa | |
GMV do Inter Shop | R$ 946 milhões | R$ 1 bilhão |
TPV do cartão | R$ 11,6 bilhões | R$ 12,9 bilhões |
Curva de juros prejudica o banco Inter no futuro
A conclusão do UBS é de que, em detrimento do bom desempenho do banco Inter no trimestre, a recente alta da curva de juros no Brasil é o que pode prejudicar o banco digital no futuro.
O argumento do banco suíço se baseia na dificuldade que o Inter terá para se capitalizar. Segundo o relatório, será uma dificuldade maior do que a de seus pares, considerando outros bancos digitais e também os tradicionais.
“Calculamos que cada aumento de 100 bps em custo do patrimônio líquido, reduz nossa avaliação do Inter em 25%, enquanto o impacto para o BTG Pactual (BPAC11) é de 17%. Os números de outros brasileiros que cobrimos fica em cerca de 10%.”
Além disso, o UBS afirma que a fraqueza das ações do banco Inter nos últimos dias tem como fator preponderante a alta dos juros.
Última cotação do Inter
Após as operações de segunda, a cotação do banco Inter fechou em queda de 13,42% no Ibovespa. As ações BIDI11 saíram de R$ 51,10 no início do pregão para R$ 44,24 no fechamento.
Ainda assim, nos últimos 12 meses, o banco Inter acumula 117,42% de valorização nas suas units. Os papéis valeram R$ 86,77 na máxima e R$ 16,50 na mínima durante esse período.