O Banco Inter (BIDI11) está próximo da conclusão de seus estudos para a implementação de uma reorganização societária, com o intuito de ficar mais próximo do mercado internacional e listar suas ações na Nasdaq, Bolsa de tecnologia norte-americana. Por volta das 11h desta segunda-feira (24), as ações do banco subiam 16% na B3.
Os prazos e a viabilidade da proposta de reorganização em estudo estão em processo de definição, segundo o Banco Inter, a qual foi estimulada pela evolução dos negócios de um banco digital para um ecossistema com cinco frentes: banking, investimentos, seguros, shopping e crédito.
As atividades da instituição “se complementam e se retroalimentam”. Migrando a base acionária atual para a Inter Platform Inc., a ser registrada na Securities and Exchange Commission (SEC), o banco quer ter alcance global e conectar todas as empresas do seu grupo econômico.
“A expansão do Inter para o mercado internacional permitirá a ampliação contínuada sua base de clientes e consolidará o seu posicionamento como plataforma digital de serviços financeiros e não financeiros”, afirma o banco em seu fato relevante. Com maior acesso ao mercado global, os principais pontos que o Inter visa focar são:
- Fortalecimento da posição como uma companhia global de tecnologia no setor financeiro;
- Futuro aumento na base e diversificação de investidores, clientes, serviços e produtos;
- Melhor comparação às plataformas de e-commerce listadas na Nasdaq;
- Permissão de emissão de ações com voto plural,com o objetivo de permitir futuros aumentos
da base de capital.
A reorganização
Segundo o comunicado, a reorganização deverá ocorrer através de uma incorporação de ações do Inter pela Inter Holding Financeira S.A., controladora direta do banco. Esse processo será realizado com a atribuição de ações resgatáveis de emissão da holding aos atuais acionistas do Inter.
Logo após isso, haverá o resgate compulsório da totalidade das ações resgatáveis, com pagamento aos acionistas do Inter em ações classe A da Inter Platform, ou montante em reais correspondente ao valor econômico das ações.
A Inter Platform terá as ações classe A, que conferirão direito a um voto por ação, e as de classe B, detidas pelos controladores do banco. Enquanto as de classe A serão negociadas livremente na Nasdaq, as de classe B não serão negociadas em nenhum mercado, podendo ser convertidas em classe A caso seja de interesse dos controladores.
Paralelamente, o Inter disse que pretende protocolar junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) um pedido de registro de Brazilian Depositary Receipts (BDRs) dos papéis da Inter Platform. O banco disse que manterá o mercado informado, dado que ainda não é possível assegurar que a CVM irá deferir o pedido.
Stone comprará ações do Banco Inter
Em outro fato relevante nesta segunda, o Inter disse que venderá uma participação acionária de no máximo 4,99% de seu capital social à Stone, brasileira do setor de maquininhas listada na Nasdaq. O valor investido pela companhia será de R$ 2,5 bilhões.
O processo de investimento, acordado entre banco e Stone, será realizado por meio de uma oferta de ações restrita, com base na Instrução 476 da CVM. O negócio possui o valor de R$ 57,84 por unit fixado, já considerando o desdobramento de ações em curso do banco.
O fato relevante diz que as partes explorarão oportunidades de negócio que possam potencializar a criação de um “ecossistema que conecta compradores a vencedores”, com melhores produtos financeiros e um grande canal de vendas. A Stone também poderá indicar um membro para o Conselho de Administração do Banco Inter.