O Bank of America diminuiu o preço-alvo do Banco Inter (BIDI11) de R$ 60 para R$ 36, incorporando novas estimativas para o Modelo de Dividendo Descontado. Entenda a análise do banco.
Anteriormente, o BofA utilizava o modelo de Índice de Preço sobre Lucro em Crescimento (PEG, na sigla em inglês), mas, com a volatilidade de 2022 e 2023, realizou a mudança para atualizar o preço alvo. “Reiteramos nossa recomendação de compra dado o potencial de alta atraente, enquanto negociamos em múltiplos baixos históricos”, diz o relatório.
A previsão do BofA para o Banco Inter é de que o foco deve estar na geração de receita, apesar do cenário macroeconômico desafiador, com perspectiva de crescimento de receita em 65% e 41% em 2022 e 2023, respectivamente, com uma forte expansão na base de clientes.
“Esperamos que o ARPAC (receita média por cliente ativo) continue aumentando, principalmente devido à receita de tarifas, já que o custo de captação mais alto e uma abordagem conservadora no cartão de crédito são fatores adversos para a receita líquida de juros (NII)”, afirmam os analistas Mario Pierry e Flavio Yoshida.
Banco Inter: aumento de inadimplência precisa ser monitorado
De acordo com os analistas, os investidores estão cada vez mais preocupados com a qualidade dos ativos dos bancos. Especificamente para o Banco Inter, o aumento inesperado de inadimplentes no 4T21 levantou questionamentos.
Porém, o relatório destaca que cerca de 74% da carteira de crédito do Banco Inter é formada por créditos de baixa inadimplência (NPL, na sigla em inglês), que incluem:
- Hipoteca (29%);
- PMEs com fortes garantias (22%);
- Folha de pagamento crédito (19%);
- Agro (4%), “que deve ter um papel importante na manutenção da inadimplência controlada em um macro desafiador”.
Além disso, a administração do banco reduziu o apetite ao risco do cartão de crédito desde novembro do ano passado, em um movimento defensivo.
Ação do banco está descontada ante os pares listados
De acordo com os analistas, o Banco Inter está sendo negociado com um desconto significativo, quando comparado ao seu principal par listado, o Nubank (NUBR33), a US$ 180 por cliente versus US$ 560, “o que nos parece excessivo, especialmente considerando que o banco já está gerando um ARPAC maior de R$ 412 versus R$ 363”, explicaram.
Além disso, ao presumir um valor vitalício (LTV) de US$ 150, o BofA estima que a avaliação atual do Banco Inter reflita uma base de clientes de 20 milhões. Nesta linha, está 20% acima do 4T21 e dentro da projeção para o segundo trimestre de 2022, que parece ser alcançável.
“Em comparação, assumindo o mesmo LTV para o Nubank, sua avaliação atual sugere uma base de clientes de 200 milhões, 274% acima do valor de 2021”, aponta o texto.
Cotação
Nesta segunda-feira (7), o Banco Inter fechou em queda de 4,61%, cotado a R$ 15,93. Nos últimos 12 meses, os ativos acumulam 68,93%.