Após quedas sucessivas na Bolsa de Valores (B3), o SoftBank aumentou a sua participação no Banco Inter (BIDI11), comprando um montante de 4,4 milhões de units do banco, equivalente a R$ 220 milhões.
As ações do Banco Inter já caíram cerca de 22% em setembro. Agora, o SoftBank tem 15% do capital social do banco, avaliado em cerca de R$ 41 bilhões de valor de mercado.
O principal driver da queda dos papéis do Inter foi um rumor de que a sua carteira de crédito estaria mal provisionada. Na época, em meados de setembro, analistas do Itaú BBA chegaram a publicar um relatório sobre o tema, afirmando que esse boato “tinha muito mais de ficção do que de realidade”.
“Os índices de cobertura do banco estão bons e sua qualidade de crédito está se comportando conforme o esperado”, escreveram os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli, Marco Calvi, Vinicius Figueiredo e Karoline Correia, em relatório publicado no primeiro dia desse mês de outubro.
Após as prévias do Banco Inter, em outro relatório, os analistas frisaram recomendação de compra com preço-alvo de R$ 83.
“As ações do Inter caíram cerca de 18% em apenas três dias na semana passada, reagindo a notícias de que o banco estaria considerando elevar suas provisões para perdas com inadimplência em seu próximo balanço. Na nossa avaliação, a informação era desprovida de fundamento e hoje a instituição colocou fim aos rumores ao divulgar uma relação entre provisão e carteira de crédito constante”, consta no documento.
“Os índices de cobertura do banco estão sólidos e os dados de qualidade de crédito se comportaram conforme o esperado. De
maneira geral, os dados operacionais referentes ao terceiro trimestre indicaram que o Inter continua ganhando clientes de
maneira saudável e as métricas de engajamento reiteram nossa confiança na habilidade do banco de monetizar a base via
serviços e crédito”, seguem os analistas.
Após o ocorrido, as units do Inter recuperam parte das perdas, mas ainda estão longe do patamar anterior visto anteriormente.
O banco se prepara para migrar suas ações para Nasdaq. Em fato relevante publicado há duas semanas, o banco anunciou como isso ocorrerá, o que puxou alta dos papéis.
A ideia é que todas as ações do Banco Inter fiquem com a Inter Holding Financeira, que depois será incorporada pela Inter Platform, sediada em Cayman, o que já era previsto após informes sobre uma reorganização societária da companhia.
Seguindo essa estratégia, a família Menin manterá o controle do banco com o chamado super-voting, com 35% das ações do Inter Platform e cerca de 84% do capital votante.
Prévias do Banco Inter mostram provisão constante
Nas suas prévias, o banco demonstrou uma provisão constante em relação aos trimestres anteriores, informa prévia operacional divulgada nesta segunda-feira (4). Conforme o relatório, a provisão, em prévia não auditada, representou 2,5% da carteira de crédito ampliada do período.
A originação de crédito do Banco Inter chegou a R$ 5,5 bilhões, crescimento de 121% em relação a um ano antes e de 15% sobre o trimestre anterior. A produção de crédito para empresas representou a maior fatia, atingindo R$ 3,2 bilhões.
O crédito consignado somou R$ 1,5 bilhão, com aumento de 120% em um ano. Já o crédito imobiliário aumentou 50% ano a ano, atingindo R$ 815 milhões.
Já o NPL (índice de cobertura para os créditos não produtivos) acima de 90 dias para o terceiro trimestre foi de 2,9%, crescimento de 0,1 ponto percentual em relação ao trimestre passado e queda de 0,6 ponto percentual ano a ano.
No documento, a companhia também informa que chegou a 14 milhões de clientes entre julho e setembro, um aumento de 16% sobre o trimestre anterior e de 94% ante o mesmo período do ano passado.
“Ultrapassamos 422 milhões de logins em nosso SuperApp no 3T21″, diz o Banco Inter no documento. “Com isso, o Inter Shop registrou R$ 946 milhões em GMV (volume bruto de mercadorias), salto de 151% na comparação ano a ano”.