Banco do Brasil (BBAS3): XP indica compra de olho em dividendos
A XP Investimentos emitiu um novo relatório sobre o Banco do Brasil (BBAS3) e reforçou a recomendação de compra, afirmando que os dividendos da companhia compensam o declínio cíclico no agronegócio.
A atualização do modelo da XP sobre as ações BBAS3 se dá levando em consideração alguns principais fatores, como:
- NPLs (empréstimos inadimplentes) mais altos, especialmente na carteira de crédito rural
- Cenário macroeconômico mais difícil em 2025
- Payout terminal de 65%, acima dos 50% anteriores
“Embora os resultados de 2024 tenham sido impactados por uma maior inadimplência no portfólio Agro, ainda esperamos um aumento de 6% no lucro líquido em comparação com 2023″, diz o relatório da XP.
Assim, a casa elevou o preço-alvo para as ações do Banco do Brasil (BBAS3) para R$ 37, ante R$ 36,50, mantendo a recomendação de compra.
Carteira de crédito defensiva
A XP afirma que a carteira de empréstimos do BB inclui cerca de um terço de empréstimos consignados para funcionários públicos e outro terço em agronegócios. Esses segmentos, diz a casa, tendem a se manter resilientes mesmo em cenários mais conturbados.
“Portanto, em um momento em que observamos preocupações crescentes sobre o potencial de expansão do crédito em 2025, esses fatores permitem que o banco continue a oferecer retornos muito saudáveis”, diz o relatório.
Agronegócio
Nos últimos dois trimestres, o banco revisou para cima o seu guidance para a inadimplência. Já na última teleconferência de resultados, destaca a XP, a CEO do BB, Tarciana Medeiros, falou duramente sobre os produtores rurais que foram aconselhados a entrar com pedido de recuperação judicial ao menor sinal de aperto financeiro.
“Em nossa opinião, o discurso da executiva demonstra que ou o banco será mais rígido nas renegociações, inclusive restringindo potenciais empréstimos futuros, ou haverá um aumento nos spreads cobrados nos empréstimos ao agronegócio”, afirma a casa.
Valuation
As ações do BBAS3 caem cerca de 3,5% no acumulado do ano, enquanto o IBOV e o IFNC (índice do setor financeiro da B3) caem 7,1% e 12,6% no acumulado do ano, respectivamente. Isso marca o terceiro ano consecutivo em que o Banco do Brasil supera o desempenho dos dois índices.
“No entanto, ainda vemos suas ações sendo negociadas com um valuation descontado (3,7x P/L para o final de 2025 e 0,7x P/VP para o final de 2025)”, diz a XP.
Embora o BB tenha sido historicamente negociado com desconto em comparação com outros banco incumbentes, agora está em melhor situação, afirmam os analistas.
“Embora consideremos desafiador identificar os gatilhos que fariam com que o banco reprecificasse seus múltiplos no cenário atual, acreditamos que o valuation atual (com um upside de ~51%), combinada com um dividend yield de dois dígitos, nos permite permanecer positivos sobre o caso e recomendar Compra”, conclui o relatório.
Por volta das 11h desta segunda-feira (02), o Banco do Brasil operava em queda de 0,32% no Ibovespa, com as ações BBAS3 cotadas a R$ 24,68.