Banco do Brasil (BBSA3) vê falha com Bolsonaro e venda de ativos no exterior

Houve um problema de comunicação com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quando o banco anunciou que fecharia mais de 300 agências em todo o país, segundo afirmou o presidente-executivo do Banco do Brasil (BBAS3), André Brandão, em conferência nesta sexta-feira (12).

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De acordo com o presidente do Banco do Brasil, o plano de reestruturação da instituição financeira segue vivo e deverá trazer uma economia de até R$ 10 bilhões até 2025, mesmo com o desgaste público com Jair Bolsonaro. Contrariado à época, o presidente pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a demissão de Brandão do comando da instituição financeira.

“A comunicação está acontecendo. Não consegui conversar diretamente com o presidente Bolsonaro ainda, mas acredito que ele entendeu. Com calma, vamos explicar a agenda de eficiência do banco, quando isso for possível. Temos que melhorar a comunicação”, disse Brandão.

O pedido de Bolsonaro para demitir Brandão aconteceu justamente porque o mandatário não concordou com tais medidas de fechamento de agências e com o plano de restruturação do banco, que abrange um programa de desligamento voluntário, no qual é esperado que aproximadamente cinco mil vagas sejam fechadas.

 

Para Brandão, apesar da reestruturação, que visava eliminar locais com baixa transacionalidade ou retorno, o Banco do Brasil irá manter a presença no mesmo número de municípios de agora, mas deverá apostar em correspondente bancários ao invés das agências físicas.

“Após a reformulação da rede, cresceremos 100 pontos de atendimento, com queda de rede própria, mas aumento substancial de correspondentes bancários, aumentando nossa potencia de atendimento dos nossos clientes e ganhando eficiência que não necessitavam de agencias físicas. Manteremos o numero de municípios, mas alteraremos entre agências e pontos de atendimentos”, disse o executivo.

Essas unidades de negócios não possuem oferta de guichês de caixa e têm maior vocação para assessoria e relacionamento.

No mês passado, o Banco do Brasil apresentou um conjunto de medidas para o redimensionamento de sua estrutura organizacional. O fato relevante, dentre outras ações, anuncia que a instituição irá desativar 361 unidades físicas.

Além disso, cerca de 5.533 funcionários serão desligados por adesão voluntária, o que deverá representar uma economia líquida de R$ 2,9 bilhões até 2025, já que o custo médio de um funcionário entrante é cerca de 50% menor, segundo o banco.

De acordo com Brandão, as novas iniciativas vem em compromisso com uma busca por novos clientes do banco, na tentativa de rejuvenescer a base de clientes do BB.

“O BB tem uma base de clientes com faixa etária mais avançada e precisamos aumentar a base de clientes mais jovem”, afirmou.

Banco do Brasil poderá vender ativos no exterior

O presidente do Banco do Brasil, André Brandão, também afirmou que a instituição financeira poderá vender alguns ativos no exterior. A iniciativa já está em estudo, mas a burocracia deverá fazer o processo ser longo.

“Nós precisamos estar em centros que possuem moedas fortes e que gerem captações. Onde temos brasileiros como EUA e Japão, nós estamos vendo se faz sentido [continuar com os ativos]. Se centralizarmos em um ou dois centros para pessoas físicas já é de bom tamanho. Aí sim têm atendimento de banking , cambio e eventualmente investimentos”, disse o executivo.

O jornal “Valor Econômico” informou que o Banco do Brasil estudava fechar uma agência na China em 2021 e outros 20 escritórios estavam em estudo sobre a viabilidade do fechamento, que iria ao encontro ao plano de reestruturação do banco.

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Vinicius Pereira

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