Banco do Brasil (BBAS3): vale a pena investir após balanço? Veja pontos negativos e positivos

O Banco do Brasil (BBAS3) foi o último dos grandes bancos – grupo formado também por Santander (SANB11), Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) – a publicar os resultados do quarto trimestre de 2024. A instituição financeira divulgou os números na última quarta-feira (19) e movimentou o mercado.

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O Banco do Brasil (BBAS3) encerrou a temporada de resultados dos grandes bancos com um lucro líquido ajustado de R$ 9,58 bilhões no quarto trimestre de 2024 (4T24), montante 1,5% superior ao reportado no mesmo intervalo de 2023.

O banco destacou que o desempenho anual foi impulsionado pelo crescimento da margem financeira bruta em 11,2%, das receitas de prestação de serviço em 4,9% e pelo controle das despesas administrativas em 4,4%. A linha, inclusive, foi mantida abaixo da inflação. A carteira de crédito ampliada registrou saldo de R$ 1,3 trilhão, com alta de 15,3% em 12 meses.

Após o balanço, o banco anunciou a distribuição de R$ 2,73 bilhões em remuneração aos acionistas, na forma de Juros sobre Capital Próprio (JCP) e dividendos. No dia seguinte à publicação dos resultados, as ações do Banco do Brasil iniciaram a sessão no vermelho e terminaram o pregão em baixa de 2,98%.

O que chamou atenção no balanço de BBAS3?

Para Matheus Lima, analista de investimentos e sócio da Top Gain, além do lucro expressivo, outro destaque importante foi o ROI de 20,8%, considerado um número muito interessante para a instituição. O especialista também ressalta o comportamento das despesas administrativas do banco.

“Em relação aos outros bancos, o Banco do Brasil conseguiu manter números bem comportados. Teve um pequeno aumento de 2,7%, o que representa uma oscilação na despesa administrativa menor do que a inflação no mesmo período”, explica Lima.

No entanto, um ponto de atenção foi o aumento da inadimplência, especialmente no setor do agronegócio. “O agronegócio pressionou muitos resultados do Banco do Brasil. Apesar de terem sido resultados muito positivos, a inadimplência do agronegócio acabou comprometendo um pouco mais dessa lucratividade das operações”, destaca o analista.

Vale destacar que o setor do agronegócio tem peso significativo nas operações de BBAS3. O segmento representa uma parcela expressiva dos negócios da instituição financeira, desde financiamentos até demais operações de crédito. Por isso, qualquer oscilação no desempenho do setor tende a impactar diretamente os resultados do banco.

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Vale a pena investir em Banco do Brasil?

Apesar da queda nas ações após a divulgação do balanço, as perspectivas para o banco em 2025 são otimistas. Lima ressalta que a instituição anunciou um importante compromisso com seus acionistas: “Eles anunciaram que vão pagar até 45% do seu lucro em dividendos para os seus acionistas, o que reforça ainda mais uma visão positiva sobre o Banco do Brasil”.

O analista não vê a recente queda nas ações como um sinal negativo, especialmente considerando o desempenho anterior. “Não vejo como sendo algo negativo, considerando que momentos antes a gente tinha as ações do Banco do Brasil chegando a subir até 23% na máxima do ano. Não temos nem dois meses completos em 25 e o banco já estava subindo mais de 23%”, argumenta.

Em relação ao cenário macro, o especialista pondera que os juros altos podem pressionar tanto a inadimplência quanto a demanda por operações. No entanto, mantém uma visão construtiva.

“Vejo essa queda que a gente teve nas ações do Banco do Brasil mais como uma breve realização após a concretização dos seus resultados. O mercado funciona muito como cruzamento entre a expectativa e a realidade”, conclui ele.

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Giovanna Oliveira

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