Banco do Brasil (BBAS3) está com “grande desconto” e deve elevar dividendos, diz Safra

Após o Banco do Brasil (BBAS3) realizar o seu Investor Day anual, o Safra atualizou suas premissas para o banco estatal brasileiro, com recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 61.

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O valuation das ações do BB parece bastante atrativo na visão do Safra, rodando com um “grande desconto” frente a seus pares em uma comparação múltipla.

Segundo o Safra, a administração do Banco do Brasil apresentou uma perspectiva otimista para 2022 e 2023, com um crescimento robusto do crédito, inadimplência controlada e um Retorno Sobre Patrimônio (ROE) em patamares mais elevados.

A inadimplência do BB não é uma grande preocupação para o Safra, que avalia que o mix de crédito do banco é ainda muito defensivo.

O Safra espera que os empréstimos inadimplentes (NPL) do BB se deteriorem 0,2 pontos percentuais, terminando 2022 em 2,3% e 2,6% em 2023.

Além disso, para o Safra, o Banco do Brasil vem apresentando forte desempenho de crédito e deve apresentar números fortes para 2022.

Por outro lado, o Safra tem uma estimativa conservadora para o custo do crédito do BB.

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“Ressaltamos que a reunião reforçou nossa visão de que o banco pode sustentar fortes níveis de rentabilidade (mais próximos de seus pares privados) para os próximos trimestres”, disseram os analistas do Safra.

Outra característica positiva em investir no Banco do Brasil, diz o banco, é o seu dividend yield. Os analistas esperam que o banco distribua um dividend yield de 9,7% e 12,7% para 2022 e 2023, respectivamente.

Em revisão recente, a XP Investimentos estimou que os dividendos do Banco do Brasil devem representar um dividend yield (DY) de 10% em 2023 e 8,5% até o fim de 2022.

Além disso, mesmo que se trate de uma estatal e as eleições estejam perto de ocorrer, alguns analistas ainda veem potencial de retorno para os papéis BBAS3.

“Embora as eleições presidenciais estejam próximas e isso possa trazer mais volatilidade, reiteramos nossa recomendação de compra nas ações do Banco do Brasil”, disse o BTG Pactual.

A Warren também mantém as ações do Banco do Brasil em sua carteira de dividendos recomendada para setembro, com alocação de 15% – além da alocação de 10% em BBAS3 na sua carteira de top picks.

Como comparativo, na sua carteira de dividendos a Warren mantém os mesmos 15% de alocação para outros players que pagam altos proventos, como a Petrobras (PETR4).

O Santander também reitera otimismo com a empresa e espera um dividend yield ainda maior do que a XP até o fim de 2022, de 9,5%.

Para a casa, os papéis do banco são os melhores do momento dentre pagadoras de dividendos.

“Além de possuir um dos maiores yields nas projeções para 2022 da nossa cobertura, o BB deverá manter uma boa lucratividade ao longo de 2022, caminhando para entregar o topo do guidance”, dizem os analistas da corretora.

Valorização das ações

“Portanto, mantemos a classificação de compra para Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 61,0/ação até o final de 2023”, conclui o Safra.

Além disso, nos pontos positivos do BB, o Safra destacou o foco na lucratividade, que tem reduzido distância para bancos privados, melhora no controle de custos e forte presença no agronegócio.

Entre os riscos no investimento no Banco do Brasil estão as incertezas sobre mudanças na alta administração do BB que a Eleição de 2022 pode trazer.

Cotação do Banco do Brasil

As ações do Banco do Brasil caíram 0,80%, cotadas a R$ 38,54, nesta terça-feira (27).

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Ana Clara Macedo

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