Banco do Brasil (BBAS3): risco político ofusca potencial da ação, analisa Safra
O Safra revisou sua recomendação para o Banco do Brasil (BBAS3) após os resultados do 2T21, o novo guidance do banco e outras premissas do cenário macro para as ações.
De acordo com o relatório, o ruído político é a maior fonte de volatilidade para as ações do Banco do Brasil nos próximos meses. Com isso, o Safra reduziu o preço-alvo dos papéis BBAS3 para R$ 48,00 (de R$ 50,00), mas manteve a recomendação de compra.
“O risco político ainda deve pairar sobre a tese de investimento do Banco do Brasil, pelo menos até o final do período eleitoral”, indica o Safra em relatório.
Para os analistas, o risco de governança existe, mas ele é minimizado pelas decições do banco estatal serem colegiadas, o que reduziria a interferência política nas principais atividades do BB.
“O atual CEO não deu sinais de recuar na agenda de eficiência de custos. Como tal, acreditamos que o atual recuo do preço das ações pode representar uma oportunidade de compra.”
De acordo com o Safra, são seis destaques que indicam que ainda vale a pena investir em BBAS3?
- Foco na lucratividade tem reduzido distância para bancos privados;
- Melhora no controle de custos;
- Forte presença no agronegócio;
- Baixos níveis de inadimplência e expansão de crédito mais prudente;
- Ampla presença no Brasil;
- Parcerias para alavancar escala e reunir conhecimentos.
Risco político para o Banco do Brasil no radar
No último sábado, dia 28, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal deixaram de participar da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Segundo os bancos estatais, a Febraban estaria adotando uma posição política da qual eles discordam ao participar de um manifesto da Fiesp. O documento, que deve ser entregue na próxima terça-feira (31), foca em um pedido de harmonia entre os três Poderes do Brasil.
Ainda em preparação pela signatárias, o manifesto mostra a preocupação das instituições com a escalada da crise entre os Poderes e pede a pacificação entre as unidades e defende as reformas.
A Caixa e o Banco do Brasil são contrários ao pedido de alinhamento do Legislativo, Executivo e Judiciário. O manifesto foi interpretado pelos bancos estatais como uma crítica à gestão federal, uma vez que teria como pauta medidas urgentes para que o Brasil seja capaz de superar a pandemia e gere empregos.
Última cotação
Diante de um novo ruído político, a cotação do Banco do Brasil abriu em queda nesta segunda-feira (30). Às 10:10, as ações BBAS3 apresentavam queda de 0,46% no Ibovespa, valendo R$ 30,39.
Nos últimos 12 meses, o Banco do Brasil acumula desvalorizaram de 2,50% nas suas ações.