Banco do Brasil (BBAS3) é ‘rei dos dividendos’ e está “barato demais para ser ignorado”, dizem analistas
O Banco do Brasil (BBAS3) figura como a ação mais sugerida em carteiras de dividendos de bancos e corretoras, com sete recomendações entre nove casas.
Junto com o segmento de commodities e o setor elétrico, o Banco do Brasil costuma ser uma boa opção para dividendos, por ser uma instituição financeira e ostentar um dividend yield (DY) relativamente elevado em relação aos demais segmentos da bolsa.
Atualmente, segundo dados do Status Invest, os acionistas de BBAS3 recebem um DY de 8,33% se considerados os dividendos pagos nos últimos 12 meses.
O DY, vale lembrar, é o indicador que mensura a relação entre os dividendos pagos e a cotação atual da ação – como se fosse uma relação custo/benefício.
O BTG Pactual (BPAC11), um dos players que recomendam as ações do Banco do Brasil na sua carteira de dividendos (com 10% de alocação), ressalta que o papel se encontra em uma situação resiliente em meio ao ciclo altista de juros e em “uma posição muito melhor do que em 2015 (governo Dilma)”.
Veja o ranking de recomendações em carteiras de dividendos
- Banco do Brasil (BBAS3) – 7 Recomendações
- Petrobras (PETR4) – 6 Recomendações
- Engie (EGIE3) – 5 Recomendações
- Vale (VALE3) – 5 Recomendações
- Copel (CPLE6) – 4 Recomendações
- BrasilAgro (AGRO3) – 3 Recomendações
- Tim (TIMS3) – 3 Recomendações
- Alupar (ALUP11) – 3 Recomendações
- CPFL (CPFE3) – 3 Recomendações
- Bradesco (BBDC4) – 2 Recomendações
“Ele [BB] era negociado a 0,45x preço versus valor patrimonial, ante 0,7x hoje. Mas o BB tinha crescido muito mais do que seus pares privados nos 5 anos anteriores, apesar de uma economia em deterioração. O capital principal era muito inferior ao dos pares privados, e a taxa Selic não só estava mais alta do que está agora, mas com fortes indícios de que poderia aumentar ainda mais, o que significa um custo de capital próprio muito mais alto também”, diz a casa.
Os analistas lembram que o banco teve um primeiro trimestre melhor do que o esperado, entregando o topo das suas estimativas em termos de lucro líquido para o ano de 2022 (R$ 26 bilhões).
Se o guidance se concretizar, a empresa seria negociada a múltiplos ainda mais atrativos, com 10% de DY, o que seria “muito barato para ser ignorado”.
“Por causa do balanço patrimonial mais fraco e provisões, a visibilidade dos resultados foi fraca. O ROE caiu 50% nos 2 anos seguintes. Se não fosse pelo novo governo, a lucratividade provavelmente teria caído ainda mais. Atualmente, o BB cresceu menos que seus pares nos últimos 5 anos, seu capital principal é maior e sua carteira de crédito tem um perfil de risco menor, com empréstimos aos setores agrícolas e menor concentração de empréstimos sem garantia”, diz o time de equity research do BTG.
Além disso, a casa argumenta que, por causa da aprovação da nova lei das estatais, durante o governo Temer, aumentou a proteção para a companhia.
Veja data dos próximos dividendos do Banco do Brasil
O Banco do Brasil (BBAS3) aprovou no fim de maio a distribuição de R$ 714,3 milhões em juros sobre o capital próprio (JCP) antecipada aos acionistas.
Os proventos serão pagos no dia 30 de junho de 2022 e terão como base a posição acionária de 13 de junho. O valor bruto do JCP por ação a ser pago será de R$ 0,25028502411, sem considerar a incidência do Imposto de Renda.
Os papéis BBAS3 passam a ser negociados “ex-juros“, ou seja, sem direito aos juros sobre capital próprio, a partir do dia 14 de junho.
Para a pessoa física, essa alíquota de Imposto de Renda é de 15%, descontada na fonte. Os acionistas dispensados da referida tributação deverão comprovar esta condição até 15 de junho, em uma das agências do BB.
JCP do BBBAS3
- Proventos totais: R$ 714,3 milhões
- Valor bruto do JCP por ação: R$ 0,25028502411
- Data de corte: 13 de junho de 2022
- Data do pagamento: 30 de junho de 2022
Números do 1T22
Segundo o resultado financeiro da empresa, ao fim do primeiro trimestre foi registrado um lucro líquido ajustado de R$ 6,613 bilhões, representando um salto de 34,6% em relação ao primeiro trimestre de 2021. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a alta foi de 11,5%.
Desta forma, entre os quatro maiores bancos brasileiros listados, o Banco do Brasil teve o maior aumento anual no lucro.
Por outro lado a margem financeira bruta do Banco do Brasil colheu R$ 15,332 bilhões, índice que mede o resultado com operações que rendem juros.