Inter rebaixa Banco do Brasil (BBAS3) e corta-preço-alvo: “Período de ganhos foi bom enquanto durou”
O Inter rebaixou a recomendação das ações do Banco do Brasil (BBAS3) de compra para neutra. Em relatório divulgado na quarta (14), o banco mineiro afirmou que “foi bom enquanto durou” o período positivo da instituição nacional, mas que as mudanças na Lei das Estatais provocaram importantes ajustes nessa análise.
“Apesar de entendermos que no curto prazo o banco deva continuar reportando um resultado com elevada rentabilidade, nos preocupa a agenda de longo prazo do banco, que mesmo com uma boa governança, não é totalmente blindado a novos comandos desalinhados aos interesses dos acionistas”, escreveu o analista do Inter Matheus Amaral.
Com a alteração, o preço-alvo das ações do Banco do Brasil também caiu, na visão do Inter. Antes, o valor era de R$ 52 e, agora, é de R$ 42.
“Ressaltamos que a recente aprovação na Câmara de alteração na Lei das Estatais é um sinal claro da fragilidade do arcabouço que tentou se construir para proteger o nível de potenciais conflitos de interesse sobre as companhias estatais”, destacou Amaral.
Em precaução aos riscos de governança, rebaixamos nossa recomendação do Banco do Brasil, dado que precisamos de mais clareza quanto à nova direção do banco e o quão sensível o BB estará do uso da máquina pública para cessão de crédito desalinhada aos interesses estratégicos do colegiado do banco.
Lei das Estatais e futuro do Banco do Brasil
Na última terça (13), a Câmara dos Deputados aprovou uma mudança na Lei das Estatais sobre o período de “quarentena política” dos indicados para cargos de direção em empresas públicas e de sociedade mista.
O objetivo dessa alteração é facilitar com que políticos sejam indicados a cargos nessas companhias. A proposta é que esse tempo de quarentena seja diminuído de 36 meses para 30 dias. O texto ainda precisa ser debatido no Senado Federal.
Caso a alteração na Lei seja aprovada, isso facilitaria os planos do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de indicar Aloizio Mercadante para o comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Segundo o jornal Valor Econômico, Lula deseja que uma mulher presida o Banco do Brasil durante o seu governo. Entre os nomes cotados, estão as executivas Ana Paula Teixeira Sousa, Lucinéia Possar e Ângela Beatriz de Assis.
Nesta quinta (15), as ações do Banco do Brasil operavam em alta de 3,19% por volta das 17h45, negociadas por R$ 31,96, de acordo com dados do Status Invest.
