Banco do Brasil (BBAS3) não deve sofrer com quebras de safra do agro, diz CEO

A desaceleração do agronegócio em 2024, apesar de ter chamado atenção e tomado manchetes, não está fora do radar e não deve ser uma grande pedra no sapato do Banco do Brasil (BBAS3).

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Isso de acordo com declarações da CEO do banco, Tarciana Medeiros, durante o evento Bloomberg Voices, nesta terça-feira (19). A executiva do Banco do Brasil destacou que a desaceleração do agronegócio já está dentro das projeções do banco e que não devem impedir a companhia de entregar seu guidance.

“Embora exista uma quebra de safra, que é pequena, nos grãos temos safras recordes em outras culturas. Somos um país com essa característica no agronegócio, que é muito diverso”, declarou a CEO do Banco do Brasil.

Segundo Tarciana Medeiros, o guidance do BB já contempla uma desaceleração do setor entre 11% e 15%. Além disso, ela declarou que o problema do agro não é tão grave neste ano e que os problemas climáticos estão sob controle.

“Temos modelos de analise de risco que trazem para nós com muita precisão o que acontecerá com o agro e com as questões climáticas. Tem variação? Tem. Mas ainda assim é possível estimar com muito mais precisão”, disse.

Durante o evento a executiva reafirmou a capacidade do BB em entregar seu guidance e crescer sua carteira de crédito.

Em meio a um cenário de reduções de juros no Brasil e expectativas de cortes para a metade do ano nos EUA, o BB espera crescer, inclusive, no crédito com pessoa física.

“Temos oportunidade de capturar um ganho de valor. Tivemos aumento de salário mínimo e de renda, que aquecem o consumo, e também a melhora da atividade da indústria. Com a queda de juros, automaticamente conseugimos crescer nessas frentes”, disse.

Tarciana ainda declarou que o BB tem uma carteira de crédito que é “um sonho” por causa da diversificação.

“Nossa distribuição entre setores traz segurança para quando temos assimetria de desempenho em algum dos mercados”.

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Banco do Brasil mira Selic a 9%

Ao ser questionada sobre o cenário de juros, a CEO disse que o banco espera cortes sucessivos da Selic até que a taxa atinja um patamar de 9% em meados de dezembro.

“Quando olhamos o macro, esperamos até junho um corte de juros do Fed. O mercado esperava um corte de juros no começo do ano, mas isso não ocorreu. O que acontece no Fed interfere no mundo inteiro e isso também pressiona um pouco nossa atividade”, observou.

“Olhando para o doméstico, o Congresso e Ministério da Fazenda têm feito o dever de casa, com reforma tributária, inflação controlada, emprego crescendo; todos os índices do mercado doméstico estão favoráveis”, completou.

A presidente do Banco do Brasil destacou que o banco espera um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1,9% e 2%.

Tarciana também citou que o Ministério da Fazenda tem uma projeção mais otimista, de 2,2%, mas se ela se concretizasse ‘não seria uma surpresa’.

Por fim, declarou que a inadimplência em 2024 está “bem controlada” e que o banco deve seguir com suas taxas dentro da média histórica.

“Somos bem conservadores, temos nossos modelos de risco e esperamos que este ano siga dentro da média, nada que saia do previsto”, declarou a presidente do Banco do Brasil.

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Eduardo Vargas

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