Em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (9) a CEO do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros e os demais executivos do banco foram questionados sobre os números de inadimplência e provisionamento do primeiro trimestre de 2024 (1T24) – talvez os únicos que despertaram alguma preocupação em analistas e investidores.
O indicador de Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa (PCLD) mostrou R$ 8,5 bilhões já neste trimestre, sinalizando que o Banco do Brasil caminha para o topo do seu guidance – que prevê um intervalo entre R$ 27 bilhões a R$ 30 bilhões.
Na eventualidade de essa cifra ser replicada igualmente nos três trimestre seguintes, o banco estouraria o guidance em R$ 4 bilhões.
Apesar disso, os executivos destacaram que se mantêm tranquilos com o cenário atual, ressaltando que o pico da inadimplência já passou, ficando em dezembro de 2023.
Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil, comentou que os índices de provisionamento “já estão feitos” e não vê surpresas no que foi reportado no 1T24.
Tobias, o CFO, adicionou que olhando para o aumento da inadimplência no agronegócio, também não há preocupação “visto que é um patamar que se pode provisionar”.
Nesse sentido o executivo também frisou o dado apresentado durante a coletiva, relativo ao crédito não produtivo (em inglês, non-performing loan ou NPL), que somaram R$ 9,53 bilhões no trimestre, ficando ainda abaixo de 1% da carteira de crédito do Banco do Brasil.
Os dados apresentados mostram que a inadimplência de 90 dias do agronegócio fechou o trimestre em 1,19%, mostrando um crescimento sucessivo trimestre a trimestre. No fim de 2023, esse número era de 0,96%.
A inadimplência de 90 dias de pessoas físicas, por sua vez, apresentou uma retração, saindo de 4,79% no trimestre anterior para 4,77% neste trimestre.
Da mesma forma, o mesmo indicador caiu olhando para pessoas jurídicas, saindo de 3,37% para 3,19%.
Banco do Brasil sofrerá ‘efeito RS’?
Além disso, foram feitos questionamentos acerca dos impactos das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). A avaliação, no momento, é de que é cedo demais para quantificar os estragos.
Tarciana pontuou que “é um evento que não afeta só o banco, mas todo o ciclo econômico do local e que é relacionado a ele”.
“Dito isso, temos ágio para lidar com as sinistralidades, em se tratando da seguradora. Fechamos parcerias com as principais resseguradoras do mundo, e elas estavam bem preparadas pois esse tipo de evento é mais comum em outros lugares do mundo. Sabemos que quando a água baixar os riscos ficarão cobertos e os clientes poderão contar com ajuda”, declarou.
Atualmente o Rio Grande do Sul representa 4% da carteira de crédito do Banco do Brasil e 6% da carteira de crédito voltada para o agronegócio.