Em linha com uma temporada de balanços considerada “mista”, analista da XP destacaram que o Banco do Brasil (BBAS3) e o Itaú (ITUB4) como as empresas preferidas do setor de bancos.
“Em relação aos bancos incumbentes, embora todos tenham aumentado as provisões, alguns deles ainda conseguiram entregar resultados resilientes e forte lucratividade (como o Itaú e Banco do Brasil), enquanto outros apresentaram NII (receita líquida de juros, na sigla em inglês) mais fraco e aumento de NPLs. No segmento de mercados de capitais, por mais um trimestre, os resultados foram afetados negativamente pela atividade econômica mais fraca”, diz a XP.
“No entanto, essas empresas conseguiram compensar isso com outras fontes de receita e controle de custos. Por fim, os Neobanks e Fintechs continuaram a mostrar melhorias operacionais sequenciais. Contudo, apenas o Nubank conseguiu acelerar seu aumento na rentabilidade. Vimos as ações do setor apresentarem uma série de desempenhos distintos neste mês, mas podemos dizer que a maioria do setor superou o Ibovespa”, acrescenta a casa.
Os analistas destacaram o ROAE acima de 20% do Banco do Brasil e do Itaú, ainda que impacto da inadimplência.
“Olhando para o futuro, esperamos que os efeitos adversos continuem a se dissipar e que os players ajustem gradualmente suas emissões de crédito para um ritmo consistente com as projeções”, diz a casa.
“Como a lucratividade está demorando mais para ser alcançada pelo lado das receitas, as empresas têm se concentrado nos custos. Embora apreciemos os esforços, ficaríamos mais satisfeitos em ver um ritmo mais rápido de crescimento das receitas. Isso nos levaria a ampliar nossa convicção na tese de potencial alavancagem operacional“, completa.
Atualmente a recomendação de compra é somente para as ações do Banco do Brasil e do Itaú dentro da cobertura de bancos, com preços-alvo de R$ 61 e R$ 34.
Já dentro do mercado de capitais, o BR Partners (BRBI11) segue como a única recomendação de compra, com R$ 14,20 de preço-alvo.
Cotação BBAS3
Além do otimismo com Banco do Brasil, XP vê possível “ponto de inflexão” com Nubank
Para as fintechs, a casa mantém recomendação de compra para o Inter (INBR23) e do Méliuz (CASH3), com preços-alvo de R$ 18 e R$ 2.
O Nubank teve recomendação neutra mantida, com preço-alvo de R$ 4.
“Embora ainda vejamos oportunidades atraentes no setor e mantenhamos Itaú e Banco do Brasil como nossas preferências, o Nubank nos surpreendeu e nos levou a questionar se o 1T23 poderia ser um ponto de inflexão para o case”, diz a XP.