O Banco do Brasil (BBAS3) divulgou nesta quarta-feira (11) que no primeiro trimestre de 2022 (1T22) alcançou lucro líquido ajustado de R$ 6,613 bilhões, um salto de 34,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a alta foi de 11,5%.
O Banco do Brasil elencou os seguintes motivos pelo crescimento do lucro líquido ajustado recorde no trimestre:
- Alta de 5,6% da margem financeira bruta;
- Aumento de 9,4% das receitas de prestação de serviços;
- Avanço de 20,1% no resultado de Participações em Controladas, Coligadas e JV;
- incremento de 6% nas despesas administrativas.
Entre os quatro maiores bancos brasileiros listados, o Banco do Brasil teve o maior aumento anual no lucro.
A margem financeira bruta do Banco do Brasil colheu R$ 15,332 bilhões, índice que mede o resultado com operações que rendem juros. É uma alta de 5,6% em um ano puxada também pelo crédito. As receitas financeiras do banco com operações de crédito tiveram uma forte alta de 38,6%, para R$ 23,9 bilhões no primeiro trimestre.
Receitas e despesas
As receitas de prestação de serviços do Banco do Brasil totalizaram R$ 7,5 bilhões entre janeiro e março, elevação de 9,4% sobre mesmo período de 2021, influenciado pelo desempenho na administração de fundos (+16,7%), de seguros, previdência e capitalização (+15,2%), de consórcios (+41,8%) e nas operações de crédito (+28,3%).
“Nosso portfólio de crédito continuará entregando crescimento sustentável ao longo do ano, com um balanceamento de mix mais rentável, o que influenciará o desempenho da margem financeira bruta, juntamente com um forte resultado de tesouraria, e menor ritmo de crescimento nas despesas de captação”, destacou Ribeiro.
O resultado da tesouraria, por sua vez, foi de R$ 5,8 bilhões, crescimento de 94,3% em um ano e de 28,8% em um trimestre. Neste segmento, o Banco do Brasil contrariou as tendências de seus pares privados, que diante da alta da taxa Selic no último ano, observaram fortes quedas no indicador.
No caso do banco público, os números da tesouraria foram puxados pelos resultados de títulos e valores mobiliários (+342,9%), e pelas aplicações interfinanceiras (+405%). Por outro lado, com a alta dos juros, as despesas de captação no mercado aberto subiram 504,4% em um ano.
O spread global ajustado pelo risco do Banco do Brasil foi de 2,9% no 1T22, equivalente a uma queda de 0,2 p.p. em um ano, mas um aumento de 0,3 ponto em três meses.
Patrimônio líquido do Banco do Brasil
Ao final do primeiro trimestre, o Banco do Brasil tinha R$ 2,03 trilhões em ativos, um aumento 11,4% em relação ao mesmo período do ano passado. A variação é atribuída à alta nos ativos financeiros, em especial títulos e valores mobiliários.
O patrimônio líquido do banco ficou em R$ 153,014 bilhões, alta de 10,7% em um ano. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) ajustado, chamado pelo BB de RPSL, foi a 17,3%, alta de 3,1 p.p. em base anual, e de 2 p.p. em três meses.
Carteira de crédito
A carteira de crédito ampliada atingiu R$ 883,5 bilhões em março de 2022, evolução de 16,4% na comparação com março de 2021 e 1% na comparação com dezembro do ano passado.
A carteira Pessoa Física cresceu 14,9% em março deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O crédito consignado subiu 12,1% e o cartão de crédito 54,1%. O empréstimo pessoal cresceu 33%.
A carteira do agronegócio em março de 2022 atingiu R$ 255 bilhões, crescimento de 28,2% na comparação com março de 2021. O destaque ficou com custeio agropecuário (+47,8%) e linhas de investimento agropecuário (+68,7%).
Inadimplência do Banco do Brasil cai no 1T22
O índice de inadimplência do Banco do Brasil de operações vencidas há mais de 90 dias registrou uma queda de 1,95% contra o primeiro trimestre de 2021. Já sobre o 4T21, mostrou crescimento para 1,89%. No final de dezembro de 2021, era de 1,75%.
O índice de cobertura do Banco do Brasil recuou, anteriormente de 325% em dezembro de 2021 para 297,0% em março de 2022.
(Com informações do Estadão Conteúdo)