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Banco do Brasil (BBAS3): lucro sobe 11,7% no 2T23 para R$ 8,8 bi; empresa vai pagar R$ 2,5 bi em dividendos e JCP

Banco do Brasil no 1T24. Foto: iStock

Banco do Brasil. Foto: iStock

O Banco do Brasil (BBAS3) reportou um lucro líquido ajustado de R$ 8,8 bilhões no segundo trimestre de 2023, valor 11,7% maior que o resultado do mesmo período de 2022 e 2,8% superior ao do primeiro trimestre de 2023

O resultado do Banco do Brasil veio acima do esperado pelo consenso Refinitiv, que previa lucro líquido de R$ 8,592 bilhões no segundo trimestre. Por mais um trimestre o BB bateu o resultado líquido recorrente do Itaú (ITUB4), de R$ 8,74 bilhões, divulgado ontem.

Entre janeiro e junho, o lucro do BB subiu 19,5% em relação ante igual intervalo do ano passado, para R$ 17,335 bilhões. O banco público, o segundo maior do País em ativos, tem sustentado resultados acima dos pares de capital privado diante de uma carteira de crédito mais protegida da inadimplência trazida pela alta dos juros e da inflação a partir do ano passado.

Outro indicador relevante sobre bancos é o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) do BB, que neste 2º trimestre ficou em 21,3%, uma alta de 0,3 ponto percentual na comparação com os três primeiros meses do ano. Um ano antes, o ROE estava em 20,8%. Um ROE acima de 20% é considerado ‘extremamente forte’ pelo mercado.

O patrimônio líquido do Banco do Brasil é de R$ 167,680 bilhões, alta de 7,5% em um ano.

As receitas com prestação de serviço – aquelas taxas que cobram dos correntistas – totalizaram  R$ 8,286 bilhões, uma alta de 5,6%.

A margem financeira do banco, que mede o resultado com operações que rendem juros, foi de R$ 22,887 bilhões, crescimento de 34,2% em um ano puxada pelas operações de tesouraria. A receita financeira com operações de crédito foi de R$ 33,614 bilhões, 28,3% maior que no mesmo intervalo de 2022, e 4,1% maior em três meses.

O resultado da tesouraria foi de R$ 11,631 bilhões, alta de 56,1% em um ano, e avanço de 15,3% em um trimestre. O banco tem apresentado resultado mais forte nessa frente que os pares do setor privado, graças a posições de mercado majoritariamente pós-fixadas, ou seja, que variam junto com as flutuações dos juros.

O BB encerrou o trimestre com R$ 2,103 trilhões em ativos, um aumento de 0,6% em relação a igual período do ano passado, e baixa de 0,5% em três meses.

Banco do Brasil: carteira de crédito

A carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil atingiu R$ 1,045 trilhão, representando avanço de 1,2% em relação ao primeiro trimestre e 13,6% acima na comparação com um ano atrás.

A carteira ampliada pessoa física cresceu 0,6% na comparação trimestral e de 10% em 12 meses, alcançando R$ 302,1 bilhões.

A carteira ampliada pessoa jurídica saltou 2,5% na comparação trimestral e de 10,4% em bases anuais, atingindo R$ 371,9 bilhões. Destaque para a carteira de micro, pequenas e médias empresas, com evolução de 1,4% no trimestre e 21,8% em 12 meses.

Para as grandes empresas, houve crescimento trimestral de 2,9% e de 9,3% em bases anuais.

O crédito para o agronegócio encerrou junho com saldo de R$ 321,6 bilhões, alta de 22,7% sobre junho do ano passado. Somente no Plano Safra 2022/2023 (de julho do ano passado a junho deste ano), foram emprestados R$ 190 bilhões, alta de 23,3% em relação à safra anterior.

No primeiro semestre, o crédito para o agronegócio e a agricultura familiar somou R$ 75 bilhões, alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Os destaques foram linhas de investimentos (+46,8% em 12 meses) e de custeio (+30,6% em 12 meses). Ao considerar apenas os agricultores familiares, foram emprestados R$ 7,8 bilhões para 106 mil produtores, crescimento de 18,4% em relação aos seis primeiros meses de 2022.

As operações de crédito sustentáveis, que respeitam parâmetros sociais e ambientais, atingiram R$ 321,6 bilhões no fim do primeiro semestre, com alta de 10% em 12 meses.

PCLD – Provisão para crédito de liquidação duvidosa

O Banco do Brasil provisionou R$ 7,176 bilhões com pagadores duvidosos – aqueles que podem não pagar em dia – no segundo trimestre, uma alta de 143% em bases anuais e volume 22,6% maior que o registrado no primeiro trimestre.

Inadimplência do Banco do Brasil

O índice de inadimplência para empréstimos com mais de 90 dias de atraso cresceu de 2,62%, no primeiro trimestre, para 2,73% no segundo.

Guidance

O Banco do Brasil fez uma revisão de suas projeções para 2023 (guidance do BB) e elevou as previsões de crescimento da carteira de crédito em 2023, para uma ampliação entre 9% e 13%. No guidance anterior, a previsão era de expansão entre 8% e 12%. No primeiro semestre, a carteira de crédito cresceu 15,3%.

O guidance para o crédito pessoa física foi mantido, mas o BB elevou as projeções para empresa (alta de 8% e 12% na nova projeção) e de agronegócios (expansão entre 14% e 18%).

Para a margem financeira bruta, a previsão agora é de crescimento entre 22% e 26% (ante 17% e 21%).

As projeções para provisões do BB também foram revisadas para cima. Agora o banco público espera provisionar entre R$ 23 bilhões e R$ 27 bilhões em 2023 – no guidance anterior, essa previsão estava entre R$ 19 bilhões e R$ 23 bilhões. No ano já foram R$ 13 bilhões.

Para receita com prestação de serviços também revisado para baixo. Agora, o banco espera alta entre 4% e 8% nessa linha do balanço. Na previsão anterior, previa avanço entre 7% e 11%.

Dividendos e JCP

O Banco do Brasil anunciou a distribuição de mais de R$ 410 milhões em dividendos e R$ 1,9 bilhão em juros sobre capital próprio (JCP).

O pagamento dos dividendos do Banco do Brasil será feito no dia 30 de agosto e terá como base a posição acionária do próximo dia 21. As ações vão ser negociadas a “ex” a partir do dia 22.

Com Agência Brasil e Estadão Conteúdo

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