Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) fecham em alta no Ibovespa; veja os motivos
As ações de Banco do Brasil (BBAS3), Itaú Unibanco (ITUB4) e Santander Brasil (SANB11) disparam nesta segunda-feira (17) no Ibovespa, com gestores na expectativa da divulgação de resultados positivos para os bancos no segundo trimestre.
No fechamento, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) subiram 0,88%, ao preço de R$ 48,11. Ações de outras instituições financeiras também subiam em bloco. Confira:
- Itaú Unibanco (ITUB4): alta de 1,94%, aos R$ 28,83;
- Santander Brasil (SANB11): alta de 2,15%, aos R$ 29,94;
- Bradesco (BBDC4): alta de 1,59%, aos R$ 16,60;
- Nubank (NUBR33): alta de 1,13%, aos R$ 6,24;
- B3 (B3SA3): alta de 0,97%, aos R$ 14,59.
Cotação BBAS3
Itaú BBA: segundo trimestre será diversificado para bancos
Em relatório divulgado no domingo (16), o Itaú BBA projetou uma temporada ‘diversificada’ para os bancos brasileiros no segundo trimestre. Investidores estarão em busca de pistas para saber se o primeiro trimestre foi ou não um período fraco para o setor, e o que esperar para o segundo semestre deste ano e 2024.
No texto, a instituição afirmou estar otimista com BTG Pactual (BPAC11) e Nubank, que provavelmente apresentarão fortes ganhos e terão chances de revisão para cima, assim como Banco do Brasil e B3. Por outro lado, Bradesco e Santander Brasil devem registrar outro conjunto de resultados fracos, pressionados por despesas operacionais e pressões de provisão.
No caso do BTG Pactual, o Itaú espera que a instituição reporte um lucro líquido de R$ 2,5 bilhões, com contribuições de todas as unidades de negócio e destaque para melhores condições de negócios em empréstimos para empresas. O balanço da companhia será divulgado em 9 de agosto, antes da abertura do mercado.
“No geral, o desempenho do segundo trimestre deve colocar o BTG no caminho para cumprir sua orientação fiscal para o ano e, provavelmente, desencadeará revisões para cima, dados os fortes sinais de melhora na atividade comercial durante o segundo semestre de 2023”, afirmou o banco.
Já sobre o Nubank, o Itaú BBA acredita que a fintech reportará um lucro líquido de R$ 195 milhões no segundo trimestre, implicando em um Retorno sobre Patrimônio (ROE) consolidado de 15%. O balanço do “roxinho”, como é popularmente conhecido, deve ser divulgado em 15 de agosto, depois do fechamento do mercado.
A margem financeira bruta do Nubank do período deverá ser a principal impulsionadora dos resultados, dada a rápida monetização dos cartões e a reaceleração da carteira de crédito pessoal. Os investidores também estão na expectativa sobre o recente lançamento do crédito consignado, disse o BBA.
Em relação à B3, a instituição afirmou que a bolsa brasileira teve uma melhora sequencial de aproximadamente 6% nos volumes, impulsionada pela melhora significativa nos preços de mercado no final do trimestre. O BBA acredita que as pressões de custo estão diminuindo, e espera uma alavancagem operacional daqui para a frente para a companhia.
Banco do Brasil, Bradesco e Santander Brasil: divergência entre grandes bancos
De acordo com o Itaú BBA, o Banco do Brasil deve continuar se destacando entre os grandes bancos, com ROE de 20% e lucro estimado em R$ 8,7 bilhões, além da melhor dinâmica de crescimento de carteira de empréstimos entre as grandes instituições.
Por outro lado, o Bradesco seguirá enfrentando desafios no negócio de crédito, com estimativa de R$ 4,4 bilhões com ROE de 11% no segundo trimestre de 2023, apontaram os analistas do BBA. É provável, também, que o Santander também tenha um desempenho fraco, com ROE de 11% e ganhos ligeiramente melhores, mas com uma carteira de empréstimos lenta.
O balanço do Santander Brasil deve ser divulgado no próximo dia 26 de julho, antes da abertura do mercado. Já o de Bradesco deve ser divulgado no dia 3 de agosto e o do Banco do Brasil em 9 de agosto, ambos depois do fechamento.
Analistas concordam com previsões do Itaú BBA
Para Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos, vários gestores estão animados com os resultados dos bancos no segundo trimestre.
“O BTG Pactual, Banco do Brasil, Nubank e Itaú estão entre as principais escolhas do sellside quando se fala em bons resultados: o BTG pelo mix de produtos que tem oferecido e conseguido extrair mesmo em cenário adverso – com destaque para a captação recorde no primeiro trimestre de 2023 – e Banco do Brasil, com destaque para carteira de crédito e agronegócio”, afirmou.
No lado oposto das apostas, Lemos também concorda com a posição de Bradesco e Santander, o que, segundo ele, ocorre pelo mesmo motivo do primeiro trimestre, que é a carteira de crédito e a Provisão para Devedores Duvidosos (PDD).
“O mercado ainda está cético com o crescimento da carteira de credito de ambos, mas principalmente insatisfeito com o ROE entregue abaixo da media histórica, ainda em risco de ficar abaixo de 2 dígitos no segundo semestre”, acrescentou.
Banco do Brasil: XP ‘aumenta aposta’ em dividendos
Em relatório sobre sua carteira de dividendos divulgado no início do mês, a XP elevou a posição em ações do Banco do Brasil de 10% para 15%, tornando-a a segunda empresa com uma fatia deste patamar na carteira – ante 5% ou 10% para as demais recomendações.
Atualmente a casa mantém recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 61, ao passo que os papéis são negociados pouco acima de R$ 50.
Sobre os dividendos do Banco do Brasil, a XP destaca o patamar do dividend yeidl (DY) de cerca de 10% dos papéis.
Vale destacar que, simultaneamente ao aumento da recomendação de BBAS3 na carteira de dividendos, os especialistas cortaram o peso da posição em Itaú (ITUB4) de 15% para 10%.
“Embora mantenhamos a visão positiva de ambos os nomes, em grande parte devido ao momento operacional positivo, vemos as ações do Banco do Brasil negociando com múltiplos excessivamente descontados dados os níveis atuais de ROEs entregues por ambos. Por fim, esperamos um dividend yield maior para o BB nos próximos anos”, diz a casa.