Ícone do site Suno Notícias

Banco do Brasil (BBAS3) ou Itaú (ITUB4)? Analistas destacam preferências após dados do BC

Banco do Brasil (BBAS3) ou Itaú (ITUB4)? analistas destacam suas preferências. Foto: Pexels.

Banco do Brasil (BBAS3) ou Itaú (ITUB4)? analistas destacam suas preferências. Foto: Pexels.

O Banco Central do Brasil (BC) divulgou ontem (2) os dados de cada banco relacionados a fevereiro, incluindo resultados financeiros, crescimento de empréstimos e depósitos, além de métricas de qualidade de ativos. Para o BTG Pactual, Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4) obtiveram os melhores resultados. 

Os dados dos principais bancos em fevereiro mostram uma recuperação após um janeiro fraco, dizem os analistas. O Itaú teve um lucro líquido de R$ 2,9 bilhões (-9% m/m; +33% a/a), o Bradesco (BBDC4) alcançou R$ 1,5 bilhão (+6% m/m; +32% a/a), o Santander (SANB11) atingiu R$ 783 milhões (-36% m/m; +56% a/a) e o BB registrou R$ 3,3 bilhões (+11% m/m; +54% a/a).

De acordo com o BTG, a casa ainda prefere Itaú e BB em relação ao Bradesco e Santander. “Dada a recente subvalorização da ação do Itaú, o ativo é nossa principal escolha entre os bancos, à frente do BB. Em relação aos bancos de pequeno porte, o Banco ABC (ABCB4) é a nossa preferência após rebaixarmos o Banrisul (BRSR6) para neutro em 29 de fevereiro”, afirmam os analistas. 

Em relação aos bancos digitais, o BTG tem uma classificação neutra para Inter (INBR32) e Nubank (ROXO34). “Iniciamos o ano com maior entusiasmo pelas ações do Nubank, mas, após um rali muito forte, nossa preferência atual é pelo Inter, que está presente na carteira de Small Caps.”

Os resultados de janeiro e fevereiro do Nubank no Brasil indicam um potencial de superação do lucro por ação, afirma o BBA. “O Inter registrou um lucro líquido de R$ 8 milhões (-63% m/m; -193% a/a). Embora isso possa indicar um primeiro trimestre fraco, esperamos um lucro líquido positivo próximo aos níveis do 4T23”, diz BTG. 

Para o Banco ABC, os analistas veem o ROE sustentavelmente na faixa de 15% a 16% e esforços para diversificar dando frutos. No entanto, dados de janeiro e fevereiro indicam resultados mais fracos para Banrisul e ABC.

No segmento de bancos de médio porte, o Banrisul registrou um lucro líquido GAAP de R$54 milhões (+4% m/m; -48% a/a), enquanto o Banco ABC apresentou um resultado de R$71 milhões (+12% m/m; -16,5% a/a). Ao projetar esses resultados para o primeiro trimestre multiplicando por 1,5x, os dados do Banco Central sugerem um lucro abaixo do esperado. 

Banco do Brasil pode disparar 50%, diz Santander

Os analistas do Santander recentemente elevaram o preço-alvo para as ações do Banco do Brasil em 2024, de R$ 75 para R$ 85, e mantiveram a recomendação de compra para o nome, apesar de não ser o banco preferido da casa.

Se concretizada, essa projeção representaria um rali de 51% nas ações do Banco do Brasil, dado que os papéis negociam a cerca de R$ 56 em bolsa atualmente.

A justificativa da casa para o aumento do otimismo com BBAS3 se dá pela expectativa de um lucro líquido em 2024 acima das projeções passadas e também de um custo de capital próprio mais baixo.

Os analistas chamam atenção para o fato de que o banco segue negociando a 0,84x em termos de preço sobre valor patrimonial por ação para 2024 – patamar que fica “substancialmente abaixo da meta” do Santander, que mira 1,3x.

Além disso, o Santander destaca como pontos positivos:

“O Banco do Brasil está atualmente negociando a um múltiplo P/VPA de 0,84x, abaixo do árduo período de 2015-16, momento em que o ROE atingiu o patamar de 7,5% (2016). Em termos comparativos, o ROE do BB em 2023 foi de 22%. Dessa forma, por muito que compreendamos o risco político por ser uma companhia estatal, acreditamos que ainda existe um risco assimétrico para cima em seu valuation”, diz o Santander sobre a companhia.

Os especialistas ainda apontam que realizaram recentemente um roadshow com executivos do BB para discutir as perspectivas para 2024 e outros temas relevantes, incluindo o impacto do Banco Patagonia e as medidas do governo argentino.

“Após a rodada de conversas, nos sentimos confortáveis em manter nossas projeções publicadas recentemente sobre o Banco do Brasil, embora nosso relatório tenha sido publicado antes dos recentes acontecimentos na Argentina (forte desvalorização cambial)”, observa o Santander.

Entenda o que catapultou o Nubank

Somente em 2024 as ações do Nubank somam uma valorização de cerca de 35%. Em uma janela maior, de 12 meses, os papéis avançam 111% na NYSE.

Boa parte desse rali se deu em 2023, com o banco mostrando resultados trimestrais paulatinamente superiores às expectativas de mercado. Em seu primeiro ano sem prejuízo, o Nubank anotou um lucro líquido de US$ 1 bilhão em 2023.

Somente no quarto trimestre de 2023, a companhia registrou um lucro líquido ajustado de US$ 395,8 milhões – alta de 11% na base anual.

“Estamos construindo a maior plataforma de consumo da América Latina, com forte capacidade de geração de lucros, entregando mais de US$ 8 bilhões em receitas e US$ 1 bilhão de lucro líquido em 2023. À medida que trabalhamos para ultrapassar a marca de 100 milhões de clientes em 2024, estamos investindo pesado em diversificar caminhos de crescimento para continuar a transformar potencial em lucro”, disse à época o fundador e CEO, David Vélez.

Nesse sentido, o volume de clientes do banco seguiu crescendo sucessivamente e ultrapassou a marca de 90 milhões – desbancando então o Banco do Brasil.

Além disso, a receita média mensal por usuário ativo (ARPAC, na sigla em inglês) e o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) também melhoraram consideravelmente.

Banco do Brasil deve lucrar R$ 9,4 bilhões

Em relatório sobre a expectativa para os resultados dos bancos no primeiro trimestre de 2024, especialistas do Safra destacaram que o Banco do Brasil deve mostrar “números positivos, mas as partes móveis podem voltar a ocupar o centro das atenções”.

“Esperamos outro resultado positivo, embora novamente com alguns impactos na formação de capital no trimestre. Esperamos que o Banco do Brasil registre lucro estável no trimestre, em R$ 9,44 bilhões (ROE de 22,1%), com o Banco Patagonia novamente representando 6% do NII ou 11% do lucro líquido, o que deve impactar diretamente o crescimento do valor contábil devido aos impactos cambiais”, diz a casa.

Ainda assim, o Safra destaca que o banco tem conseguido apresentar resultados sólidos.

Dessa forma, a expectativa é de que os resultados do BBAS3 fiquem no ponto médio do guidance.

A casa tem recomendação neutra para as ações do Banco do Brasil, ao passo que recomenda compra para Itaú e Bradesco  do mesmo setor.

Sair da versão mobile