Para o ano de 2023, a projeção da XP é de que o Banco do Brasil (BBAS3) pague 12,3% em termos de dividend yield (DY), o maior patamar do setor bancário.
A expectativa para os dividendos do Banco do Brasil deixa o banco ainda acima do Bradesco (BBDC4) e do Banrisul (BRSR6), que tem DYs projetados em 9,2% e 9,8%, respectivamente.
No acumulado dos últimos 12 meses, os acionistas de BBAS3 receberam R$ 4 por ação ordinária, deixando o DY do banco em 11,4%, conforme dados do Status Invest.
A recomendação da XP é de compra para as ações do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 57.
“O robusto crescimento de suas concessões de crédito, aliado à recente reprecificação de seus empréstimos e ao resultado mais forte de títulos de renda fixa em sua tesouraria, levaram a NII do banco a atingir R$ 19,6 bilhões”, destacaram os analistas, sobre o último resultado trimestral da companhia.
“Apesar do aumento da inadimplência e do aumento das provisões no período, seu índice de inadimplência permanece em níveis baixos e o índice de cobertura permanece saudável. Isso resultou em um forte resultado de R$ 8,4 bilhões no trimestre”, seguem.
Além disso, o banco também revisou seu guidance para 2022, prevendo outra leva de números fortes para o quarto trimestre deste ano.
A revisão foi de:
- Crescimento da carteira de crédito de 12-16% para 15-17% (vs 9M22 de 20,5%);
- Crescimento do NII de 13-17% para 19,5-21,5% (vs 9M22 de 16,7%);
- Crescimento da receita de serviços de 6-9% para 9-11% (vs 9M22 de 11%);
- lucro líquido ajustado de R$ 27-30 bilhões para R$ 30,5-32,5 bilhões (vs 9M22 de R$ 22,8 bilhões).
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Banco do Brasil terá ‘deterioração dos números’ nos próximos anos, diz especialista
Na esteira do cenário político conturbado, as ações do Banco do Brasil (BBAS3) caíram cerca de 15% nos últimos 30 dias. Analistas revisam as teses sobre os papéis em meio às sinalizações recentes.
Os papéis sofreram quedas em um contexto generalizado de retração de estatais após o resultado das eleições. Além do Banco do Brasil, a Petrobras (PETR4) caiu 33% nos últimos 30 dias.
Phil Soares, CFA e chefe de análises de ações da Órama Investimentos, relata, em entrevista ao Suno Notícias, que espera uma deterioração nos números do banco estatal nos próximos anos.
“Independentemente da Lei das Estatais, acreditamos que haverá uma deterioração dos números do Banco do Brasil e da Petrobras. Isso ocorre muito em função de tomadas de decisão que não são voltadas para a lucratividade e para o bom funcionamento da companhia”
O especialista destaca que no Brasil “a vontade política é soberana”, fazendo com que a blindagem regulatória nem sempre funcione.
“Sobre a Lei das Estatais, temos como exemplo a PEC do Teto. Ela foi colocada como algo institucional e para não ser violada. O que vemos é que ela não sobreviveu três ou quatro anos. A lei das estatais é eficaz até que se tenha vontade política para alterá-la”, comenta.
“Acreditamos que por mais uma das funções das estatais seja orientada pelas políticas públicas, não se pode perder o horizonte da lucratividade”, acrescenta, sobre o Banco do Brasil e a Petrobras.