Com o recente pedido de recuperação judicial da Agroagalaxy (AGXY3), o mercado acendeu o sinal de alerta para o agronegócio. Será que o cenário pode refletir negativamente no Banco do Brasil (BBAS3), um dos principais financiadores do setor?
Em relatório, o Safra afirma que os resultados mais recentes do BB foram altamente dependentes dos seus negócios não essenciais. E esse é um dos motivos para a casa manter uma visão neutra sobre o banco.
Para o balanço do terceiro trimestre, a casa espera uma pressão sequencial especialmente no segmento do agronegócio, por conta da receita mais fraca e da qualidade dos ativos.
“A originação menor do que o esperado no plano safra 2024-2025, além de importantes processos de recuperação judicial (como o caso Agrogalaxy), nos levaram a reduzir nossa estimativa de lucro para R$ 9,34 bilhões (ROE de 20,9%), em linha com o consenso”, diz o Safra sobre o 3T do Banco do Brasil.
Por outro lado, de acordo com a casa, os dividendos do Banco do Brasil seguirão atraentes, mesmo com um cenário de maior pressão.
“Vale notar que, com um P/L de 3,8x para 2025, vemos o banco com um bom rendimento de dividendos, cerca de 11% (estimado para 2025)”, afirmam os analistas.
Em resumo, os analistas do Safra adotam uma visão mais cautelosa para o BB no curto prazo e preferem Itaú (ITUB4) ou BB Seguridade (BBSE3) para uma estratégia de longo prazo.
O Safra tem recomendação neutra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), com preço-alvo de R$ 32.
Vale lembrar que, anteriormente, o BTG Pactual já havia removido o BB de sua carteira de 10 ações recomendadas para o mês de outubro, citando um aumento do risco de um desempenho mais fraco do que o esperado no terceiro trimestre.
De acordo com a casa, as principais preocupações para o Banco do Brasil estão relacionadas ao aumento da inadimplência e às maiores provisões no portfólio de agronegócio do banco.