Durante a teleconferência de resultados do Banco do Brasil (BBAS3), os analistas de sell side questionaram os executivos sobre o crescimento da despesas com Provisões de Devedores Duvidosos (PDD). A justificativa dada é que o crescimento desse indicador dentro do resultado trimestral está atrelada ao crescimento da carteira.
“O crescimento do PDD do Banco do Brasil na carteira é o que chamamos de ‘colesterol do bem’, porque acompanha o crescimento da nossa carteira [de crédito]”, declarou o Vice-Presidente de Controles Internos e Gestão de Riscos do Banco do Brasil, Felipe Prince.
O executivo ainda acrescentou que a modelagem atual mostra que o BB está preparado para lidar bem com os eventuais riscos de crédito de 2024.
“Nosso portfólio é robusto e tem um retorno ajustado ao risco que consideramos bastante relevante”, destacou Prince.
Além disso, um dos analistas questionou o banco sobre o guidance do Banco do Brasil de despesas, destacando a projeção que é de 6% a 10%, tendo um ponto médio em 8% – crescimento que fica acima do dobro da inflação projetada para o ano.
“Isso se dá pelos investimentos em tecnologia, em inovação. O BB foi o que mais processou Pix em 2023. Chegamos a processar 30% dos Pix. Em termos de tecnologia, precisamos não só garantir a estabilidade e confiabilidade, mas também a modernização. É algo constante que você tem que estar sempre atualizando, estamos inclusive mudando todo o sistema de acompanhamento das nossas agências”, declarou o Geovanne Tobias, CFO do Banco do Brasil.
A CEO do Banco do Brasil também se declarou otimista com o agronegócio – setor ao qual o BB tem uma grande exposição e uma fatia de mercado relevante.
“No agro tivemos um crescimento expressivo com um Plano Safra recorde. Tivemos um crescimento entre 11% e 15%; do volume previsto total já temos R$ 140 bilhões emprestados e pretendemos executar o restante do Plano Safra ainda neste primeiro semestre de 2024″, declarou Tarciana Medeiros.
- Ibovespa fecha em queda, aos 128 mil pontos, e tem leve alta na semana; MRV (MRVE3) sobe e Banco do Brasil (BBAS3) cai
- Petrobras (PETR4), Banco do Brasil (BBAS3) e Sanepar (SAPR11) agitam o mercado nesta sexta-feira; veja mais destaques
- Itaú (ITUB4) vai expandir atuação em seguro garantia com compra da Avita
- Fundo imobiliário CVBI11 vai distribuir R$ 1,05 por cota; confira
A executiva ainda declarou que o BBAS3 tem margem para crescer no consignado privado, como também no segmento de pequenas e médias empresas (PMEs) de menor risco.
Por fim, Tarciana declarou que o banco também visa um crescimento na vertical de veículos, em que a companhia ainda tem uma participação menor no mercado
“Na operação de veículos, temos um esforço na parceria com o Banco Votorantim. O mercado projeta um crescimento entre 8-12% em 2024 desse mercado. Historicamente é uma carteira nossa que não cresce. É uma carteira rentável, com garantia e com um parceiro forte. É um mercado de mais de R$ 1 trilhão em que nossa participação ainda é marginal”.
Proventos mais recentes do Banco do Brasil
O banco vai distribuir mais de R$ 2,38 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio (JCP), conforme fato relevante divulgado nesta quinta (8).
Os dividendos do Banco do Brasil representam R$ 630,16 milhões desse valor total, o que corresponde a R$ 0,22081862607 por ação, ou R$ 0,22351909545 após atualização realizada até hoje (8), de acordo com a taxa Selic.
Já os JCP do Banco do Brasil responderão por R$ 1,751 bilhão do montante total a ser distribuído em proventos, o que corresponde a R$ 0,61363625622 por ação, ou R$ 0,62114063186 após a devida atualização citada anteriormente (até hoje, 8 de fevereiro).
Dividendos
- Valor: R$ 630.166.902,30
- Valor por ação: R$ 0,22081862607 (antes da atualização) e R$ 0,22351909545 (após atualização)
- Data de corte: 21 de fevereiro de 2024
- Data de pagamento: 29 de fevereiro de 2024
JCP
- Valor: R$ 1.751.180.439,76
- Valor por ação: R$ 0,61363625622 (antes da atualização) e R$ 0,62114063186 (após atualização)
- Data de corte: 21 de fevereiro de 2024
- Data de pagamento: 29 de fevereiro de 2024
Entenda aumento do payout do Banco do Brasil
O conselho de administração do banco aprovou a proposta de elevação do payout (pagamento de proventos em relação ao lucro) de 40% para 45% no exercício de 2024 via juros sobre o capital próprio e/ou dividendos.
Segundo fato relevante divulgado na quinta-feira (8), o Banco do Brasil informou que remunerará os acionistas em oito fluxos, sendo quatro pagamentos realizados ao longo dos trimestres de referência, de forma antecipada, e outros quatro pagamentos complementares, efetivados após o encerramento dos trimestres de referência, conforme quadro abaixo:
Ainda de acordo com o Banco do Brasil, quando a distribuição for via JCP, o montante calculado com base no percentual de payout aprovado corresponde ao valor bruto, sobre o qual poderão incidir tributos, conforme legislação vigente.