Banco do Brasil (BBAS3): provisões no agro são ponto negativo

O Banco do Brasil (BBAS3) reportou lucro líquido ajustado de R$ 9,515 bilhões no terceiro trimestre, alta de 8,3% em relação ao mesmo período de 2023. Em relatórios, analistas chamam a atenção para as provisões do banco referentes ao setor rural.

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O BTG Pactual destacou que o BBAS3 apresentou resultados mistos no terceiro trimestre. O lucro líquido de R$ 9,52 bilhões (ROE de 21%) ficou em linha com as expectativas do BTG e foi melhor do que o esperado pelo mercado, mas a qualidade dos ativos gerou preocupação nos analistas.

A casa destaca que houve um aumento nos índices de inadimplência (NPLs) e provisões para perdas de crédito no setor agro, com uma desaceleração nos desembolsos para a nova safra, o que trouxe incertezas. O BTG vê isso como um sinal de alerta que evoluiu de “amarelo” para “laranja” e reforça a importância de monitorar o setor agropecuário.

Apesar de uma performance decente na linha de receita, o lucro antes dos impostos (EBT) ficou 16% abaixo do previsto pelos analistas, e o resultado positivo no lucro líquido foi sustentado por uma taxa de imposto anormalmente baixa.

O BTG mantém a recomendação de compra para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), destacando que o BB ainda é atraente devido à alta Selic e boa proteção de ganhos para 2025. O preço-alvo é de R$ 34.

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Já o Goldman Sachs destacou que o Banco do Brasil manteve sua previsão de lucro líquido recorrente para o ano, apesar do aumento nos custos de risco. A casa ajustou suas expectativas de provisões e despesas para 2024, destacando o aumento das provisões para perdas de crédito no setor rural, mas manteve a faixa de previsão de lucro líquido entre R$ 37-40 bilhões.

O crescimento do portfólio de empréstimos foi impulsionado pelos segmentos rural e corporativo, cita o Goldman Sachs, mas o NII de mercado foi prejudicado pela queda nos resultados da unidade argentina, Banco Patagonia. As provisões aumentaram 29% no trimestre, principalmente devido à deterioração dos empréstimos rurais, citam os analistas. A taxa de cobertura consolidada caiu, e houve um aumento nos empréstimos renegociados.

O Goldman Sachs mantém uma recomendação de compra para as ações BBAS3, com um preço-alvo de R$ 32, mas vê riscos como a influência do governo na originação de empréstimos e o impacto de fatores climáticos na qualidade dos ativos.

Por volta das 10h15 desta quinta-feira (14), o Banco do Brasil (BBAS3) recuava 2,93% no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 25,19.

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Guilherme Serrano

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