Banco do Brasil (BBAS3): Genial vê ação barata e Safra diz que há melhores oportunidades no setor
Após o Banco do Brasil (BBAS3) realizar sua reunião pública anual para investidores, a Genial Investimentos reiterou recomendação de compra para a estatal, projetando uma boa rentabilidade (ROE de 21%) em 2024, com condições de manter o patamar também nos próximos anos.
“O evento BB Day desse ano, talvez tenha sido para endereçar aos mais céticos de que o banco passou por mudanças estruturais englobando tecnologia, subscrição de crédito, governança e foco no cliente. Tudo isso, talvez, para dizer que é possível sustentar uma rentabilidade de 20% no médio-longo prazo”, comenta a Genial.
Segundo a casa, o banco conseguiu expandir a carteira de crédito de forma menos arriscada e com maior rentabilidade, levando a menores níveis de inadimplência e expansão da rentabilidade, alcançando em 2023 seu maior lucro histórico com R$ 35,6 bilhões e uma rentabilidade acima de seus rivais, com cerca de 21,5% de ROE (Retorno sobre o patrimônio).
No evento, o CFO do Banco, Geovanne Topias, afirmou que o mix da carteira de crédito do BB, composto por 1/3 Agro, 1/3 Pessoa física (principalmente consignado) e 1/3 Pessoa jurídica, foi desenhado para apresentar a melhor relação de risco e retorno, o que tem levado o banco a entregar uma rentabilidade atrativa e inadimplência em níveis satisfatórios.
Dessa forma, a Genial recomenda compra das ações do Banco do Brasil, com preço-alvo de R$ 64,90. “Apesar da alta, enxergamos as ações negociando a múltiplos atraentes de apenas 4,3x P/L esperado em 2024 e 0,8x P/VP. No evento, a gestão destacou que a companhia negocia a um múltiplo de valor patrimonial praticamente igual aos anos de 2013 e 2016, quando entregou um ROE de apenas 10,3% e 8,5%, respectivamente.”
A equipe de gestão do BB também reforçou essa tese que, nos níveis atuais, a avaliação do banco é percebida internamente como barata e desconectada de seus níveis de rentabilidade.
Banco do Brasil: Safra fica neutro e diz existir alternativas melhores no mercado
O Safra afirmou ter saído com uma boa impressão da reunião do Banco do Brasil, mas isso não foi suficiente para alterar a recomendação que tem sobre a estatal. “Embora tenhamos saído do Dia do Investidor com uma boa impressão, mantemos a classificação de neutralidade inalterada, pois atualmente vemos melhores oportunidades no setor”, dizem os analistas.
Segundo o banco, a ação tem um bom rendimento de dividendos (9,7% para 2024), embora o preço-alvo de R$59 por ação inclua um aumento limitado em relação aos níveis atuais, pois é visto um crescimento de lucros limitado para os próximos dois anos.
De destaque, o Safra citou que o BB, ao longo dos anos, fortaleceu os resultados de suas subsidiárias, que são compostas pela BB Seguridade (seguros), UBS-BB (banco de investimento), BB Asset (gestão de ativos) e Banco Patagônia (Argentina). Atualmente, 50% do lucro líquido do BB vem de suas subsidiárias (contra 26% em 2010), destacando os objetivos da gestão de reduzir a concentração de receita.
Além disso, o banco reforçou a diversificação de seu portfólio de empréstimos para o segmento rural, estando geograficamente distribuído por todo o país (96% dos municípios), diversificado por tipos de culturas (mais de 200), segmentos (de pequenos a grandes produtores) e tipo de linha de crédito (custo, investimentos, etc.).
O BB ainda dedicou uma parte significativa de seu Dia do Investidor para reforçar seus compromissos e iniciativas de ESG. “As iniciativas levaram a conquistas notáveis, como a criação de um ETF focado em diversidade e a introdução de um guia formal de ESG. Além disso, a diversidade é percebida como um mantra no banco, manifestando-se em várias dimensões, incluindo social, cultural e até na composição de ganhos do banco”, afirma o Safra.
O BB tem como objetivo cumprir suas metas ambiciosas até o próximo ano, visando uma representação de 30% de mulheres e pessoas negras e pardas em cargos de liderança.
Banco do Brasil espera conceder R$ 100 bi ao PAC
O Banco do Brasil (BBAS3) espera conceder mais de R$ 100 bilhões em financiamentos para projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos próximos quatro anos. Serão investimentos públicos e privados no âmbito da nova edição do programa, que prevê ao todo R$ 1,7 trilhão em investimentos.
O número foi informado pelo diretor de Corporate e Investment Banking do BB, João Fruet, em seu perfil no Linkedin. De acordo com ele, o banco atua na assessoria em leilões, estruturação de financiamentos e também de operações no mercado de capitais.
“Neste contexto, o Banco do Brasil, dentro de seu segmento de Atacado, vem apoiando seus clientes e registrou contratações de R$ 4,1 bilhões no ano de 2023, nos diversos eixos do PAC”, afirmou ele no texto.
Em agosto do ano passado, o presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, estimou que os bancos públicos poderiam financiar até R$ 440 bilhões em investimentos do novo PAC, uma das apostas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para destravar obras de infraestrutura no País.
O Banco do Brasil tem buscado fortalecer a atuação junto ao segmento corporativo, de olho tanto nas operações de financiamento quanto na prestação de outros serviços às empresas. Em dezembro do ano passado, a carteira de crédito para empresas do banco somava R$ 390,786 bilhões, alta de 8,9% em um ano, sendo que 54,8% do crédito era destinado a empresas de grande porte, e 30%, a pequenas e médias empresas.
Desempenho anual das ações do BB
Cotação BBAS3