Banco do Brasil (BBAS3) pode ter um 3T mais fraco que o esperado, diz BTG
O BTG Pactual removeu o Banco do Brasil (BBAS3) de sua carteira de 10 ações recomendadas para o mês de outubro, citando um aumento do risco de um desempenho mais fraco do que o esperado no terceiro trimestre.
De acordo com a casa, as principais preocupações para o BBAS3 estão relacionadas ao aumento da inadimplência e às maiores provisões no portfólio de agronegócio do banco.
O relatório do BTG observa que, em agosto, o Banco Central registrou um aumento de 30 pontos-base na inadimplência de empréstimos rurais individuais, setor onde o Banco do Brasil detém a maior participação de mercado.
Em julho, os resultados do Banco do Brasil mostraram uma deterioração nos empréstimos classificados como de maior risco (+18 pontos-base), o que sugere uma piora na qualidade dos ativos da instituição, em contraste com outros bancos concorrentes que não apresentaram esse tipo de deterioração.
Apesar do Plano Safra 2024/25 ter sido considerado positivo tanto pelo Banco do Brasil quanto pelo mercado, houve atrasos na sua implementação, resultando em um início mais lento do que o esperado.
Com a queda nos preços das commodities, os agricultores estão operando com margens mais apertadas e aguardando o momento ideal para vender suas colheitas, quitar dívidas e contrair novos empréstimos.
Além disso, diz o BTG, os efeitos climáticos também atrasaram o plantio de novas safras, dificultando ainda mais a tomada de novos empréstimos. Algumas empresas do setor agro entraram com pedido de recuperação judicial durante o trimestre, o que pode aumentar a pressão sobre o banco, projeta a casa.
Os analistas entendem que esses fatores podem resultar em um crescimento mais fraco nos empréstimos, aumento da inadimplência e maiores provisões no segmento rural do Banco do Brasil no terceiro trimestre. No entanto, diz a casa, há possibilidade de aceleração do crescimento dos empréstimos no quarto trimestre, com sinais de melhoria já observados em setembro.
A projeção do BTG para o lucro líquido do Banco do Brasil no terceiro trimestre é de R$ 9,5 bilhões, com um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 21%, mas há a possibilidade de uma contração nos lucros. Para 2025, a expectativa é de que a taxa Selic mais alta melhore as margens, compensando as leituras mais negativas dos resultados do 3T.