Banco do Brasil pede anulação de recuperação judicial da Odebrecht
O Banco do Brasil pediu, nesta quinta-feira (03), à Justiça a anulação do plano de recuperação judicial da Odebrecht, obrigando a empresa baiana a apresentar uma nova oferta aos credores. A informação foi noticiada pelo jornal “Folha de S. Paulo”.
O Banco do Brasil é o segundo banco estatal não favorável ao projeto da Odebrecht,que é uma das mais envolvidas nos escândalos de corrupção citados na Operação Lava Jato.
A Caixa Econômica Federal se manifestou na semana passada contra o processo, pedindo a extinção da recuperação judicial.
Nos últimos dias, além dos bancos, outras quatro instituições financeiras apresentaram objeções ao plano perante a 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, e solicitaram uma convocação imediata da assembleia de credores, mas sem pedir a anulação completa da proposta.
As instituições (privadas e estatais) foram:
- Banrisul (estatal)
- Finep (estatal)
- Santander (privado)
- Votorantim (privado)
Recuperação judicial da Odebrecht
A Odebrecht formalizou o pedido de recuperação judicial no dia 17 de junho na Justiça de São Paulo. O pedido tem como intuito o pagamento de dívidas que ultrapassam a quantia de R$ 90 bilhões.
Esse é o maior pedido de recuperação judicial da história do Brasil. A solicitação da Odebrecht não incluiu a Braskem, a Ocyan, a empreiteira OEC, a Odebrecht Transport, o estaleiro Enseada e a Atvos.
Saiba mais: Odebrecht protocola pedido de recuperação judicial
“Tanto as empresas operacionais como as auxiliares e a própria ODB continuam mantendo normalmente suas atividades, focadas no objetivo comum de assegurar estabilidade financeira e crescimento sustentável, preservando assim sua função social de garantir e gerar postos de trabalho”, diz a empresa em nota.
A empreiteira informou que R$ 51 bilhões correspondem a dívidas passíveis de reestruturação. As dívidas lastreadas em ações da Braskem, companhia petroquímica, são de R$ 14,5 bilhões.
Posicionamento da empreiteira
A Odebrecht declarou, em nota, que é natural, em qualquer recuperação judicial, possíveis questionamentos dos credores e que isso é um “mero cumprimento de formalidades”.
Em nota, a empreiteira afirmou: “A Odebrecht e seus assessores vêm tendo reuniões frequentes com os principais credores, trabalhando exatamente na elaboração de uma proposta de recuperação judicial que possa ser aprovada na assembleia de credores. A empresa tem mostrado que está no ponto certo para uma virada de página e para voltar a crescer e contribuir com o desenvolvimento do país, gerando mais emprego e renda”.
Além disso, a Odebrecht salientou que: “aperfeiçoou a governança, implantou sistema de prevenção, detecção e punição de qualquer risco de corrupção, celebrou acordos com todas as instituições possíveis, pagou multas, está mais enxuta e eficiente e mudou os seus processos internos para assegurar, efetivamente, que a sua atuação ocorra sempre dentro da ética, da integridade e da transparência”.