O Banco Central (BC) anunciou nesta quarta-feira (14) que venderá dólares à vista das suas reservas internacionais. Essa é a primeira vez que a instituição monetária central atua vendendo moeda norte-americana desde fevereiro de 2009.
O Banco Central também informou que oferecerá contratos de swap cambial no mercado. Entretanto, segundo a instituição monetária, esse instrumento não será suficiente para atender à demanda por moeda estrangeira impulsionada pela “conjuntura econômica atual”.
“Considerando a conjuntura econômica atual, a redução na demanda de proteção cambial (hedge) pelos agentes econômicos por meio de swaps cambiais e o aumento da demanda de liquidez no mercado de câmbio à vista, o Banco Central do Brasil comunica que, para efeito de rolagem da sua carteira de swaps, implementará a oferta de leilões simultâneos de câmbio à vista e de swaps reversos”, informou o BC em nota.
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O dólar fechou nesta quarta-feira com uma alta de 1,78%, cotado em R$ 4,0410. Esse foi o maior patamar desde 23 de maio deste ano.
A cotação da moeda norte-americana foi impulsionada pelos dados macroeconômicos negativos da China e da Alemanha. A divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) e da produção industrial gerou uma onda de pessimismo nos mercados financeiros do mundo inteiro.
O PIB da zona do euro teve avanço de 0,2% nos meses de abril a junho deste ano. Entretanto, nos primeiros três meses de 2019, o crescimento registrado foi de 0,4%.
O PIB da Alemanha teve uma baixa de 0,1% no segundo trimestre de 2019, em comparação ao primeiro trimestre deste ano. Vale ressaltar que a Alemanha é a maior potência econômica da Europa.
A produção industrial da Alemanha caiu 1,8% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores. Segundo o Ministério da Economia de Berlim, as fortes perdas na produção de metais, automóveis e maquinário, são as principais causas dessa queda.
Banco Central decide vender swap cambiais
O Banco Central também informou que do dia 21 até o dia 29 de agosto inciará uma série de outras operações sobre o câmbio. Entre elas, a rolagem de contratos de swap que vencem em 1º de outubro. Parte desses papéis será rolada por meio dos mesmos contratos e parte por meio de dólar à vista. No total, o vencimento chegará a US$ 3,8445 bilhões.
A instituição monetária central venderá diariamente até US$ 550 milhões à vista. Ao mesmo tempo, comprará o mesmo valor em dólares no mercado futuro através swap reversos. Caso a demanda seja inferior a esse valor, o BC complementará a operação com uma oferta de contratos de swaps.
Segundo o BC, essa atuação não altera a política cambial, que continua sendo pautada no câmbio flutuante. Sua atuação teria como objetivo manter o regular funcionamento do mercado.
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“Trata-se de aperfeiçoamento no uso dos instrumentos à sua disposição para atuação no mercado de câmbio, como parte da Agenda BC#, tendo em conta as condições presentes neste momento no mercado”, explicou a instituição
Reservas internacionais
O Banco Central tem cerca de US$ 400 bilhões em reservas internacionais. A redução desse estoque será contrabalanceada com a venda de contratos de swap. Atualmente, o montante desses contratos chega a um valor próximo de US$ 70 bilhões.
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