‘Se for preciso, BC vai subir taxa Selic mesmo sem mim’, diz Campos Neto

Com seu mandato terminando no fim deste ano, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou que o rumo da política monetária – incluindo novos ajustes na Selic – continuará o mesmo ainda que ele deixe o seu cargo.

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“O Banco Central vai subir os juros [Taxa Selic] se for preciso, independente de eu estar ou não no BC”, declarou Campos Neto durante o Macro Day, evento do BTG Pactual (BPAC11).

As declarações do atual presidente do Banco Central vem após afirmações de que a autoridade monetária mantém uma alta da Selic ‘na mesa’ por parte do atual diretor de política monetária da instituição, Gabriel Galípolo.

Durante o Macro Day, Campos Neto ainda apontou que o BC precisa reforçar a mensagem de que suas decisões são técnicas para ganhar credibilidade.

Nesse sentido, Campos Neto aponta que é ‘obrigação do BC’ perseguir a meta de inflação.

Segundo o presidente do BC, esse posicionamento colaborou para a redução do prêmio de risco.

Em um passado recente, uma das reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) teve um ‘racha’, com diretores indicados pelo atual governo votando por um corte da Selic maior enquanto os demais (maioria) votaram por um corte menor – e também dentro das expectativas do consenso de mercado.

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Com isso, o BC teve sua credibilidade momentaneamente fragilizada, já que o mercado passou a ficar cético quanto sobre o quão técnica seria a autoridade monetária quando a maioria dos diretores passasse a ser indicada pelo atual governo.

Nesse sentido, Campos Neto disse nesta terça (20) que construir credibilidade é um ‘trabalho de longo prazo‘.

“Não é sobre uma ou duas reuniões [do Copom]”.

Mercado deixa de projetar Selic de um dígito em 2025

Conforme a edição mais recente do Boletim Focus, desta segunda (19), o mercado passou a projetar uma taxa de juros de 10% no ano de 2025, uma elevação ante a projeção de 9,75% da semana anterior e a projeção de 9,50% de quatro semanas atrás.

Para este ano de 2024, a expectativa para a Selic segue a mesma há nove semanas, de 10,50%.

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Eduardo Vargas

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