O número dos casos de roubos de celulares para utilizar aplicativos bancários e transferir dinheiro indevidamente para outras contas continua crescendo. Com o aumento de fraudes, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, anunciou irá responsabilizar os bancos em casos de golpes que envolvam o Pix.
“Quando alguma fraude é cometida por Pix, é preciso ter uma conta receptora. Se eu chego para você e peço para fazer um Pix para mim, de duas, uma: ou vai ter um Pix na minha conta, com todos os meus dados lá, e vai ser fácil me prender; ou eu estou recebendo por uma conta laranja, intermediária”, explicou Campos Neto, que participou de uma audiência na Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados na terça-feira, 31.
“Então estamos apertando os bancos o máximo possível para que eles não tenham capacidade de ser hospedeiros de contas laranjas ou intermediárias. Inclusive, vamos começar o processo de responsabilizar os bancos se for feito uma fraude com Pix, e eles tiverem uma conta laranja”, acrescentou Campos Neto.
O Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo suspeita que quando os roubos começaram a ganhar força na capital paulista, no ano passado, não havia muito envolvimento de membros do PCC, uma vez que seriam crimes que atraem a atenção da polícia e atrapalham o tráfico. Com o tempo, contudo, viu-se que poderia ser algo lucrativo pelo valor das transações.
Pix ultrapassa cartão de crédito e é ferramenta de pagamento mais usada
O número de transações pelo Pix, pela primeira vez, foi a maior ferramenta de pagamentos e transações financeiras.
Os dados mostram que no quarto trimestre de 2021 o número de movimentações por meio de cartões de crédito ou de débito no país ficou abaixo dos pagamentos via Pix.
A maior parte das transações ainda é formada por transferências entre pessoas físicas, mas os números indicam uma grande adesão.
Segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC), as transações por meio de pagamento instantâneo via Pix somaram 3,89 bilhões nos últimos três meses do ano passado, uma alta de 34% sobre o trimestre anterior. Já nos pagamentos com, as movimentações também cresceram, porém em ritmo. Foram 3,85 bilhões no débito (alta de 9%) e 3,73 bilhões no crédito (alta de 12%).
Com informações do Estadão Conteúdo