O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nessa quinta-feira (16) durante um evento virtual do banco Itaú (ITUB3; ITUB4), que a autarquia considera que a recuperação econômica brasileira não será em ‘V completo’.
Apesar disso, o presidente do Banco Central do Brasil indicou que a previsão de queda do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 6,4% nesse ano tem uma tendencia de melhora, e segundo ele, esse viés ficou mais evidente nas últimas semanas.
Campos Neto também comentou sobre o aumento da volatilidade do câmbio no Brasil, mas apontou que o BC não possui uma explicação boa em relação aos motivos dessas constantes mudanças, apesar de continuar avaliando o assunto.
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Contudo, o presidente da autoridade monetária destacou que foi analisado o maior volume de trading de contratos de menor volume, de investidores menores. Entretanto, o Campos Neto observou que existem indícios no histórico mundial de que o aumento de contratos mini, e participação maior de varejo no trade, diminui a volatilidade, não o oposto.
Outra explicação descartada pelo executivo são o overhedge dos bancos. Segundo ele, “parece uma explicação ruim também”.
Além disso salientou que a explicação de que robôs de trading com volumes mais expressivos aproveitaram os juros baixos brasileiros, também foi descartada “nós investigamos isso também, e não é verdade”, apontou. Contudo completou “de fato teve um pequeno aumento, mas isso não consegue explicar a volatilidade”.
Campos Neto afirmou que uma explicação poderia ser que a política monetária estivesse chegando ao ‘lower bound’. “Pode ser que estejamos desenvolvendo coisa nesse sentido? Pode ser, mas não temos evidência”, salientou ele.
Banco Central prevê tombo de 6,4% para o PIB em 2020
O Banco Central (BC) revisou sua projeção para o crescimento econômico do Brasil em 2020 e passou a projetar uma retração de 6,4% do Produto Interno Bruto (PIB). A informação foi divulgada nesta no último dia 25 no relatório de inflação.
Antes, a expectativa do Banco Central era de estabilidade para o PIB neste ano, porém, a revisão da estimativa decorreu dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na economia do Brasil.
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“A alteração da projeção está associada, essencialmente, ao avanço e à duração da pandemia da Covid-19 em território nacional, com a consequente adoção, a partir da segunda quinzena de março, de medidas de isolamento social no país” afirmou o Banco Central.