Banco Central quer autorizar contas em dólares no Brasil
O Banco Central (BC) está estudando a possibilidade de autorizar a abertura de contas em dólares no Brasil. Além disso, a instituição monetária central quer adotar medidas para facilitar a abertura de contas em reais no exterior.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (29) pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O objetivo do BC é permitir as condições para que o real se torne uma moeda totalmente conversível.
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Entretanto, essa agenda prevê a necessidade de medidas que dependem da aprovação do Congresso. Por isso, Campos Neto salientou que não é possível estabelecer prazos temporais muito claros.
“A primeira minuta vai sair em breve, aí vamos ver a reação”, explicou o presidente do Banco Central durante uma entrevista coletiva. Campos Neto anunciou a nova agenda estrutural do banco, desdobramento da agenda BC+, lançada na gestão Ilan Goldfajn. A agenda foi batizada de agenda BC# porque envolve uma dimensão tecnológica mais forte.
Nenhuma dolarização da economia
Segundo Campos Neto, não há nenhum estudo que conclua que a maior conversibilidade tenha levado a uma dolarização da economia.
“Se mostrou até o contrário”, explicou o presidente do Banco Central, “Em vez de gerar volatilidade, teve uma volatilidade menor.”
Baixa concorrência no setor bancário
Campos Neto também comentou um estudo divulgado pelo BC nesta semana onde foi salientada a avaliação de que o custo de crédito no Brasil está mais relacionado à baixa concorrência do que a concentração bancária.
“Quando olhamos se o sistema é muito concentrado ou não, comparativamente mostra que o Brasil não é muito diferente dos outros países”, explicou o presidente do BC.
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Entretanto, Campos Neto salientou como o Brasil tem que arcar com várias imperfeições em componentes do spread bancário. Entre eles, o mais problemático é aquele ligado a inadimplência.
Parte do problema é ligado ao tema da informação assimétrica. Uma questão que será parcialmente resolvida com o cadastro positivo e o projeto de ‘open banking’. Esse último permitirá a abertura das plataformas dos grandes bancos para empresas de tecnologia financeira, as chamadas “fintechs”.
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Em seu discurso, o presidente do Banco Central também salientou a importância de organizar o sistema de garantias e o processo de recuperação do crédito.