Banco Central salienta possível intervenção por causa do coronavírus

O Banco Central do Brasil (BC) informou nesta terça-feira (3) que monitora atentamente os impactos do surto de coronavírus nas condições financeiras e na economia brasileira.

Segundo o Banco Central, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) indica a possibilidade de mudança na política monetária dependendo do impacto do coronavírus na economia.

“O eventual prolongamento ou intensificação do surto implicaria uma desaceleração adicional do crescimento global, com impactos sobre os preços das commodities e de importantes ativos financeiros. O Copom concluiu que a consequência desses efeitos para a condução da política monetária dependerá da magnitude relativa da desaceleração da economia global versus a reação dos ativos financeiros”, informou o BC.

Saiba mais: Banco Central corta Selic em 0,25%, taxa fica em 4,25%

Segundo a instituição monetária central, os últimos acontecimentos mostraram que o impacto sobre a economia brasileira proveniente da desaceleração global tende a dominar uma eventual deterioração nos preços de ativos financeiros.

O Banco Central enfatiza que as próximas duas semanas permitirão uma avaliação mais precisa dos efeitos do surto de coronavírus na trajetória prospectiva de inflação no horizonte relevante de política monetária.

Banco Central dos EUA corta juros em reunião inesperada

O Federal Reserve (Fed) anunciou nesta terça-feira (3) um corte de 0,5% na taxa de juros do país. Atualmente, a taxa de juros norte-americana está entre 1% e 1,25%. O anúncio foi realizado antes do próximo encontro marcado, que aconteceria entre os dias 17 e 18 deste mês.

“O coronavírus (Covid-19) apresenta riscos crescentes para a atividade econômica”, informou o Fed em comunicado. “À luz desses riscos e de forma a dar suporte ao emprego e às metas de inflação, o Comitê decidiu hoje reduzir os juros em 0,5 ponto”, salientou a nota.

Mais cedo, nesta terça-feira (3), o presidente norte-americano, Donald Trump, pressionou a autoridade monetária do país a cortar a taxa de juros. “Nosso Federal Reserve nos deixa pagando taxas de juros mais altas do que muitos outros, quando deveríamos estar pagando menos. É complicado para nossos exportadores e coloca os EUA em desvantagem competitiva. Tem que ser o contrário. Deveria afrouxar e fazer um corte grande”, afirmou o mandatário em sua conta pessoal do Twitter.

https://files.sunoresearch.com.br/n/uploads/2024/10/Lead-Magnet-1420x240-1.png

A decisão tomada entre os responsáveis pela política monetária do país norte-americano foi unânime.

O Fed agiu horas depois que o presidente do BC estadunidense e os ministros da economia do G7 disseram que “usariam todas as ferramentas políticas apropriadas para alcançar um crescimento forte e sustentável e salvaguardar os riscos negativos”. Este foi o primeiro corte considerado emergencial desde a crise do subprime de 2008.

Saiba mais: Coronavírus: BCE está pronto para agir contra epidemia, diz Lagarde

Ainda nesta terça-feira, o Banco Central da Austrália havia cortado em 0,25% a sua taxa de juros, ficando em 0,5%. Em seu Twitter, Trump comemorou a decisão e endossou sua pressão ao Fed pelo novo corte na taxa de juros do país.

Carlo Cauti

Compartilhe sua opinião

Receba atualizações diárias sobre o mercado diretamente no seu celular

WhatsApp Suno