O Banco Central (BC) anunciou nessa quinta-feira (12) que fará na próxima sexta-feira (13) um leilão de linha de até US$ 2 bilhões com o objetivo de de baixar o valor do câmbio da moeda norte-americana.
A venda será realizada no Mercado de Câmbio, em duas operações entre 10h15 e 10h20 e será liquidada na próxima terça-feira (17). Esse já é o terceiro leilão realizado pelo Banco Central para tentar conter o preço do dólar americano.
Os leilões de linha terão vendas com compromisso de recompra. A recompra dos dólares vendidos na primeira operação ocorrerão no dia 5 de maio, já a recompra da segunda, será no dia 2 julho.
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Nessa recompra os dólares que foram vendidos deverão ser devolvidos ao BC.
Nesta quinta-feira a moeda estadunidense encerrou as negociações com alta de de 1,377 % cotado a R$ 4,78 na venda e chegou ao patamar de R$ 5 pela primeira vez em toda a história, batendo um recorde.
Porquê Banco Central anunciou o leilão de linha
O leilão de linha é um mecanismo que a autoridade monetária central pode adotar para interferir no mercado de câmbio brasileiro. Isso pois as extremas altas assim como as extremas baixas do dólar podem afetar negativamente a economia brasileira.
Esse mecanismo é uma operação cambial que o corre quando o BC entende que o melhor é injetar dólares no mercado. Uma operação realizada principalmente quando há escassez da moeda, pois a falta tende a elevar o cambio drasticamente.
Atualmente o tempo para negociação nesses leilões é de apenas 5 minutos. A mudança no tempo de duração aconteceu em 2010, para permitir que haja maior dinamismo.
Após os lances, é gerada uma lista com os volumes ofertados, isso, sem a identificação da instituição. Após isso, o setor de Política Monetária do Banco Central define a taxa de corte.
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No Brasil, quando o Banco Central abre o leilão de linha, os recursos vendidos precisam ser devolvidos em alguns meses. Antes disso, esses dólares ficam circulando no mercado.
No começo da semana, o diretor de política monetária do Banco Central, Bruno Serra Fernandes, chegou a declarar que as intervenções da autoridade monetária “podem durar o tempo que for necessário para o retorno do regular funcionamento do mercado de câmbio”.
O diretor ainda afirmou que as intervenções do BC no câmbio tem sido pontuais, respondendo a eventos e disfuncionalidades específicas. Serra também afirmou que a atual conjuntura “permite ao BC dispor de todos os seus instrumentos, no volume que entender apropriado, para promover o regular funcionamento do mercado de câmbio”.
Serra afirmou que a escolha de qual instrumento a ser utilizado no câmbio depende das condições de mercado e da forma como se apresenta a eventual disfuncionalidade a cada momento. “O Banco Central não tem preconceito ou preferência por uso de nenhum dos instrumentos à sua disposição”, salientou o executivo.