Banco Central anuncia intervenção no câmbio com o dólar

O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (17) que intervirá no mercado de câmbio. A decisão foi tomada pela instituição financeira nacional após a cotação do dólar subir 1,61% nesta sexta e 4% na semana. A moeda norte-americana fechou pela primeira vez desde outubro de 2018 a R$ 4,10.

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O Banco Central anunciou que na próxima semana (segunda, terça e quarta-feira), serão realizados três leilões de dólar. Serão leilões de linha, ou seja quando há venda de moeda com compromisso de recompra, no valor de US$ 3,75 bilhões.

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Com esses leilões, o BC injeta dólar no mercado à vista, para atender a uma eventual demanda que poderia ter gerado esse aumento da cotação da moeda norte-americana. O compromisso de recompra permite não reduzir as reservas de dólares nacionais.

Dólar superou R$ 4,10

O dólar voltou ao patamar de R$ 4 nesta semana e superou os R$ 4,10 pela primeira vez desde setembro do ano passado. Naquele momento a preocupação dos investidores era com a corrida eleitoral. Em seguida, a vitória do então candidato do Partido Social Liberal (PSL), Jair Bolsonaro, levou para uma euforia e uma baixa da cotação.

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Entretanto, após cinco meses de governo, os investidores começam a demonstrar impaciência. Segundo eles, o Executivo não está conseguindo levar adiante uma agenda econômica que permita uma retomada da competitividade do Brasil e supere a crise fiscal.

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Em particular, os temores do mercado são ligados a aprovação da proposta de reforma da Previdência. Essa Proposta de Emenda Constitucional (PEC) é considerada a “mãe de todas as reformas” e crucial para o equilíbrio das contas públicas.

Proposta de reforma da Previdência alternativa

O governo apresentou uma proposta de reforma que prevê uma economia de R$ 1,2 trilhão em dez anos. Nesta sexta-feira, todavia, o deputado Marcelo Ramos (PR-AM) afirmou que está sendo estudado um projeto de reforma da Previdência alternativo ao do governo. O objetivo dos deputados é evitar que erros políticos do Executivo acabe criando problemas com as pautas econômicas no Legislativo.

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“Queremos proteger a pauta econômica da carga tóxica do governo”, afirmou o parlamentar em uma entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”.

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Por sua vez, o ministro da Economia Paulo Guedes minimizou as oscilações do dólar e a queda da Bolsa de Valores, classificando-as como “barulho”.

Carlo Cauti

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