O Banco Central Europeu (BCE) anunciou na noite desta quarta-feira (18) um pacote de 750 bilhões de euros (cerca de R$ 4,1 trilhões) para contrastar os efeitos econômicos da epidemia de coronavírus (covid-19).
O Banco Central Europeu tinha sido criticado nas últimas semanas por falta de ação contra a epidemia do vírus, que está atingido intensamente as economias da Zona do Euro.
Em particular a opinião pública europeia e muitos líderes políticos atacaram a atuação da atual presidente, a francesa Christine Lagarde. Em uma entrevista na semana passada, Lagarde tinha fornecido respostas pouco claras sobre a atuação do BCE na crise.
Agora, após uma reunião de emergência – em videoconferência – do conselho diretor da instituição monetária central europeia, foi decidida a resposta. Os recursos serão injetados através da compra de títulos públicos e privados e estímulos para a economia da zona do euro.
Entre os papeis estão também títulos públicos gregos e commercial papers. Esses últimos são, de fato, os papeis de crédito de curto prazo. que mantêm as empresas em vida, especialmente as pequenas e médias, que são as mais atingidas pelos efeitos econômicos da epidemia.
Além dos 750 bilhões anunciados, o Banco Central continuará comprando 20 bilhões de euros por mês em títulos dentro do programa de “quantitative easing” (“flexibilização quantitativa”), o chamado “QE”.
Saiba mais: Banco Central Europeu anuncia corte de juros
O novo pacote se chamará “Programa de Compras para a Emergência da Pandemia”, e terá uma duração de, pelo menos, até o fim de 2020. Além disso, o BCE sinalizou a disponibilidade de rever as regras que limitam a compra de títulos da dívida pública de alguns países ao percentual que o país possui no capital do próprio banco.
Banco Central Europeu inicia política monetária expansiva
Com o anuncio desse pacote, o Banco Central Europeu iniciou uma política monetária mais expansiva. Na semana passada a instituição tinha apresentado um plano de 120 bilhões de euros até o final de 2020. Entretanto, a medida tinha sido considerada insuficiente pelos analistas e pelos governos de alguns Estados-membros da zona do euro.
Agora, junto com o QE e os 750 bilhões, a ação do BCE tem uma dimensão total de um trilhão de euros até o final do ano.
“Tempos extraordinários exigem ações extraordinárias. Não há limites para nosso comprometimento com o euro. Estamos determinados a usar todo o potencial das ferramentas que cabem a nosso mandato”, declarou Lagarde ao anunciar o plano.
A declaração fez relembrar outra famosa frase pronunciada por seu predecessor, o italiano Mario Draghi, em 2012. Naquela ocasião, o então presidente do Banco Central Europeu declarou que a instituição teria salvado o euro “fazendoo que for preciso” (“whatever it takes”).
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