Presidente do Banco Central reforça intenção de elevar a taxa Selic para 12,75%

Em conversas com investidores nos Estados Unidos, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que o Comitê de Política Monetária (Copom) deverá promover um aumento de um ponto porcentual na taxa Selic no próximo encontro, previsto para os dias 3 e 4 de maio.

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Trata-se do mesmo percentual que o colegiado escolheu para aumentar a taxa Selic na reunião passada. Atualmente, a taxa básica de juros está em 11,75% ao ano.

A informação consta no texto de apresentação do presidente divulgado nesta quinta (21) pelo Banco Central. Neste momento, Campos Neto faz uma palestra organizada pelo Bank of America (BofA), em Washington. Amanhã pela manhã, ele tem outra reunião com investidores, organizada pela XP Investimentos, também em Washington.

De acordo com a assessoria de imprensa do BC, a mesma apresentação será usada nas duas ocasiões. Os eventos ocorrem às margens do encontro de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e são fechadas à imprensa.

Conforme já adiantou em outros documentos oficiais do BC, o presidente da instituição explicou que o Copom julga que a decisão de continuar a aumentar a Selic “reflete a incerteza em torno de seus cenários de inflação prospectiva, variação acima do normal no balanço de riscos e é consistente com a convergência da inflação para sua meta em todo o horizonte relevante da política monetária, que inclui 2022 e, principalmente, 2023”.

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Diante das projeções de inflação do BC e do risco de desancoragem das expectativas de longo prazo, é “apropriado continuar avançando significativamente no processo de aperto monetário para um território ainda mais restritivo”.

Se inflação não recuar, o aperto na taxa Selic poderá ser maior

Campos Neto acrescentou que o momento exige serenidade para avaliar o tamanho e a duração dos choques atuais. “Se os choques se mostrarem mais persistentes ou maiores do que o previsto, o Comitê estará pronto para ajustar o tamanho do ciclo de aperto monetário“, avisou.

E acrescentou que o Copom persistirá em sua estratégia até que o processo de desinflação e a expectativa ancorada em torno de suas metas para os próximos anos se consolidem.

Na apresentação, consta também que o presidente do BC comentou sobre o atual processo de aperto monetário em todo o globo. Ele salientou que a alta dos preços tem ocorrido de forma generalizada, tanto nas economias emergentes quanto nas avançadas.

Campos Neto também falou sobre o aumento da demanda por energia e salientou que os investimentos na área de petróleo e metais se mantêm em níveis baixos.

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Guerra agravou a pressão inflacionária global

O presidente do BC dedicou espaço ao impacto da inflação verde e ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Segundo o documento, o embate tomou proporções muito maiores do que o imaginado inicialmente e que se trata da primeira guerra com o uso intensivo das redes sociais.

Uma das consequências da invasão no Leste Europeu, segundo ele, é mais pressão ainda sobre o mercado de energia não apenas no curto como também no médio e longo prazos.

Um dos slides da apresentação é dedicado ao mercado de fertilizantes no Brasil. Campos Neto destacou que o País é altamente dependente da importação deste tipo de produto e que a situação se agrava com a situação entre a Rússia e a Ucrânia se prolongando.

O presidente do BC destacou ainda as projeções para o crescimento e a inflação do Brasil, apresentou um quadro sobre a situação do mercado de trabalho, outro sobre o comportamento do câmbio e, sobre a questão fiscal, enfatizou que houve crescimento das receitas em 2021.

“O bom desempenho fiscal continua em 2022, o que favorece a expectativa de um bom resultado fiscal primário”, previu. Ao final da apresentação, Campos Neto traçou um panorama sobre a Agenda BC#, a agenda de tecnologia do Banco.

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Com informações de Estadão Conteúdo. 

Redação Suno Notícias

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