O Banco Central cortará os juros ainda no primeiro semestre, afirmou o ex-diretor de política econômica do banco, Sergio Werlang, à Bloomberg.
De acordo com o Werlang, um novo ciclo monetário com juros mais baixos pode ser iniciado no próximo Copom, em 20 de março. No entanto, esse seria o primeiro sob o comando do novo presidente, Roberto Campos Neto.
Segundo ele, não é necessário que a reforma da Previdência avance para que a taxa reduza. “Não se pode mantear a economia parada à espera da aprovação da reforma”.
Werlang acredita que dois cortes de 0,5 ponto percentual são possíveis no momento. Após isso, o Banco Central poderia adotar uma nova postura, onde esperaria os efeitos nos preços para agir novamente. No entanto, caso fosse aprovada a reforma da Previdência os cortes poderiam ser maiores.
De acordo com o ex-diretor, é necessário que haja um estímulo à demanda. Segundo ele, por conta de não haver a possibilidade do corte de impostos e nem aumentar o gasto público, os instrumentos monetários se tornam a saída para incentivar a atividade.
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Selic e Previdência
Se a taxa Selic realmente obter um corte adicional, o Brasil pode crescer 2% em relação ao ano passado, no entanto, “tem que cortar logo”, disse Werlang. Além disso, caso a reforma da Previdência seja aprovada, o Produtor Interno Bruto (PIB) pode avançar 3%.
Em relação a reforma da Previdência, o ex-diretor afirma que os valores de R$ 800 bi em dez anos é adequada que acima de R$ 1 tri é ideal. De acordo com ele, a coordenação da reforma está correta, mesmo que não tenham enviado a reforma para militares junto à PEC geral.
Atualmente, o IPCA acumula alta de 3,89% em doze meses com fim em fevereiro, enquanto a Selic (taxa básica de juros) seque em 6,5% há quase um ano.