O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (30) cortar de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic).
A taxa básica de juros ficou em 5,00% ao ano, em um nova mínima histórica. Essa foi a terceira vez que o BC corta a Selic desde o começo do mandato de Roberto Campos Neto, no começo de 2019.
A decisão do Banco Central tinha sido prevista pelos analistas do mercado, que aliás previam uma queda ainda maior. O último Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (28), indicou uma previsão de uma Selic em 4,50% até o final de 2019.
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Segundo o Banco Central, a “evolução do cenário básico e o balanço de riscos prescrevem ajustes no grau de estímulo”. A instituição monetária central brasileira salientou que “o cenário benigno para a inflação deve permitir ajuste adicional de igual magnitude”.
Cenário macroeconômico levou a corte da Selic
O novo corte da Selic foi motivado pelo cenário macroeconômico. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de -0,04% em setembro. Essa foi o menor resultado para um mês de setembro desde 1998, quando o índice ficou em -0,22%. No mês de agosto, o índice registrou uma queda de -0,11%.
O último Boletim Focus previu um IPCA de 3,26% em 2019. Um resultado em queda em relação aos 3,29% previstos precedentemente.
A meta do governo para o IPCA no acumulado para o ano é de 4,25%. Até setembro, a inflação oficial do Brasil ficou em 2,49%.
Por outro lado, a atividade econômica continua fraca. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,07% em agosto em comparação a julho. O índice é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
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Além disso, a taxa de desemprego continua elevada, em 11,9% em setembro.
Possível novo corte até final de 2019
Mesmo com o corte desta quarta, alguns bancos continuam prevendo um corte ainda maior da taxa de juros, que poderia chegar em 4,75%. Entre eles, por exemplo, está o Banco Inter, que prevê a manutenção dessa taxa até o final de 2020.
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Além do Banco Inter, também o Bradesco indica uma ampla margem para um estímulo monetário da atividade econômica no Brasil por meio de um novo corte da Selic.