O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (18) cortar de 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros (Selic).
A taxa básica de juros ficou em 5,50% ao ano, em um nova mínima histórica. Essa foi a segunda vez que o BC corta a Selic desde o começo do mandato de Roberto Campos Neto, no começo de 2019.
A decisão do Banco Central tinha sido prevista pelos analistas do mercado. O último Boletim Focus, divulgado na última segunda-feira (16), indicou uma previsão de uma Selic em 5,00% até o final de 2019.
Cenário macroeconômico levou a corte da Selic
O novo corte da Selic foi motivado pelo cenário macroeconômico. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) diminuiu para 0,11% em agosto. No mês de julho, o índice registrou uma alta de 0,19%.
A meta do governo no acumulado para o ano é de 4,25%. Até o momento, o IPCA atingiu 3,43% em 12 meses. No acumulado dos últimos 12 meses a inflação oficial do Brasil ficou em 3,22%.
Por outro lado, a atividade econômica continua fraca. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) registrou uma queda de 0,13% no segundo trimestre. O índice é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
O recuo do IBC-Br do ano segue a contração de 0,2% do PIB no primeiro trimestre de 2019. Isso indica a possibilidade de uma recessão técnica da economia brasileira. Tecnicamente, dois trimestres seguidos de queda na atividade econômica configuram uma recessão técnica.
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Além disso, a taxa de desemprego continua elevada, em 11,8% em julho. Na comparação anual, essa porcentagem foi de 12,3%.
Possível novo corte até final de 2019
Mesmo com o corte desta quarta, alguns bancos chegam a prever um corte ainda maior da taxa de juros, que poderia chegar em 4,75%. Entre eles, por exemplo, está o Bradesco, que prevê a manutenção dessa taxa até o final de 2020.
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Segundo o banco, há muita margem para um estímulo monetário da atividade econômica no Brasil por meio de um novo corte da Selic.