A autoridade monetária, Banco Central (BC), anunciou nesta quarta-feira (23) o bloqueio de bens dos controladores, administradores e ex-administradores das corretoras de câmbio Albatross e J. Alves.
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial das corretoras por “graves violações normas legais e regulamentares que disciplinam a atividades da instituição”.
As informações foram divulgadas pelo jornal “Valor Econômico”. O veículo jornalistico ressaltou que nenhumas das empresas era ligada a conglomerado financeiro.
Além disso, a participação das corretoras no Sistema Financeiro Nacional era irrelevante. A J. Alves e Albatross representavam respectivamente 0,0042% e 0,001% do mercado.
Os bens bloqueados foram dos seguintes nomes:
- George Samuel Antoine (Albatross)
- Pedro Trabbold Neto (Albatross)
- Silvio Mendes Traboold (Albatross)
- José Aparecido Cassiano Alves (J.Alves)
- Sandra Regina Alves Claudio (J. Alves).
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A corretora J. Alves comunicou em seu site que suas operações foram canceladas e que os clientes necessitam esperar alguma orientação sobre as operações.
“As operações de câmbio com entrega de moeda nacional contratadas e não liquidadas anteriormente a data da decretação da Liquidação Extrajudicial desta sociedade [nesta quarta], foram objeto de cancelamento, por força do referido regime especial. Dessa forma, os clientes das operações, assim como os credores por ordens de pagamento do exterior não cumpridas ou a cumprir, e demais credores por natureza diversa às citadas, deverão aguardar orientações para habilitação dos respectivos créditos”, informou a corretora.
Por sua vez, a Albatross não fez nenhum pronunciamento oficial sobre o caso.
Banco Central tem política de câmbio flutuante, diz presidente
O Roberto Campos Neto, o presidente do BC, reafirmou em audiência pública no final de setembro, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que o Banco Central tem uma política de câmbio flutuante. “O sistema que operamos é de meta de inflação, câmbio flutuante e âncora fiscal”.
Campos afirmou que a venda à vista de dólares e a venda de swaps cambiais reversos que foram realizadas em agosto não representam uma mudança na política cambial do Banco Central, mas uma maneira de suprir a maior demanda à vista por dólares.
“Sempre que entendemos que há um problema de liquidez, nós interviemos para suprir esse gap (lacuna)” , salientou Campos Neto.
“Recentemente com temas comerciais e geopolíticos, o dólar se valorizou em relação a todas as moedas. Não há nenhum comportamento atípico (do real).” disse o presidente do Banco Central em relação à desvalorização do real que tem ocorrido de forma “um pouco” mais intensa ultimamente.