Banco Central da Argentina vai intervir agressivamente para controlar o dólar

Segundo o jornal “La Nación”, a partir da próxima segunda-feira (2) o Banco Central da República Argentina (BCRA) vai intervir fortemente no mercado cambial. O objetivo é conter a alta de dólar frente ao peso argentino visto nas últimas semanas.

Conforme o jornal argentino, o governo do presidente Mauricio Macri decidiu optar a uma receita já implementada na Argentina no passado.

A expectativa é de que Guido Sandleris, presidente do BC argentino, utilize um mecanismo similar ao adotado por Federico Sturzenegger há pouco mais de um ano, antes de firmar acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em meio a uma forte depreciação do peso. A ação foi efetiva durante os 20 dias que perdurou.

Argentina altera controle cambial e pagamento das dívidas

Na próxima semana, buscando um diálogo positivo com o partido opositor no Congresso, fontes disseram ao “La Nación” que o governo espera o mercado de câmbio mais apaziguado.

Na semana passada, a procura por dólares no país aumentou fortemente. Após o governo de Macri declarar que não pagará a maior parte de sua dívida de curto prazo na data do vencimento, postergando uma parcela para daqui seis meses, os investidores ficaram aflitos e procuram a moeda norte-americana para proteger seu capital.

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Na última sexta-feira (30), tentando impedir uma desvalorização desenfreada do peso ante ao dólar, o Banco Central argentino leiloou mais de US$ 387 milhões de suas reservas internacionais.

Se optar por manter a venda dos dólares dessa forma, as reservas da Argentina se esgotarão em menos de dois meses, próximo das eleições definitivas.

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O BCRA também anunciou que nesse pacote de medidas, na tentativa de reter dólares, a partir de agora os bancos que atuam no país terão de solicitar autorização para distribuir seus resultados. A exigência inviabiliza a transferência de recursos de bancos internacionais para suas sedes.

No dia 11 de agosto, a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner saiu vencedora nas eleições primárias contra o atual governo de Macri. A eleição final será em 27 de outubro.

Na última quarta-feira (28), o governo declarou moratória ao FMI em relação aos vencimentos da dívida de US$ 56 bilhões da Argentina, que começariam em 2021, em uma tentativa de aliviar o mercado cambial.

Jader Lazarini

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