O Banco Central (BC) anunciou, nesta quinta-feira (20), que cortou a alíquota de recolhimento do depósito compulsório do bancos. Após reduzir de 33% para 31% em junho de 2019, agora passa a ser de 25%.
A quantia que deve ser depositada no Banco Central refere-se à uma parcela do dinheiro de todos os clientes que estão sob posse das instituições financeiras e que não podem ser utilizadas em operações de crédito. A operação é usada pelo BC para estimular ou esfriar a economia, controlando a exposição dos bancos ao risco de inadimplência.
A partir de 16 de março, segundo a autoridade monetária central do País, o corte da alíquota causará uma liberação de R$ 49 bilhões para a economia. A menor alíquota pode fazer com que os bancos emprestem mais, gerando mais crédito e estimulando o consumo.
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Ademais, o BC também anunciou o aumento da parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no Indicador de Liquidez de Curto Prazo (LCR). Isso reduzirá em R$ 86 bilhões na necessidade dos bancos carregarem ativos líquidos de alta qualidade.
O LCR estipula que as instituições precisam manter uma reserva mínima de ativos líquidos para absorverem choques em cenários de tensão de liquidez em menor períodos temporais.
“Em decorrência das duas medidas, o percentual de cada nova captação de depósito que a instituição financeira deve direcionar para o cumprimento desses requisitos regulatórios deve se reduzir em média em 8,5 pontos percentuais”, apontou o BC em nota.
O compulsório e o projeto do Banco Central
As mudanças no depósito compulsório estão incluídas na agenda de modernização do mercado financeiro brasileiro, estipulada pelo BC. A medida fez com que os depósitos ficassem da seguinte forma:
- Depósitos à vista: 25% do dinheiro em conta corrente, sem rendimento
- Depósitos à prazo: 25% que deve ser depositado no BC e que rende a taxa Selic (funciona como um CDB)
- Depósitos de poupança: 20% das aplicações, atruídas do mesmo rendimento da caderneta
Ao passo que não quer perder a segurança do colchão de liquidez, o BC procura um progresso gradativo no realinhamento dos níveis de compulsório do País em comparação aos padrões internacionais.
“O Banco Central ressalta que as medidas são consistentes com as regras prudenciais internacionalmente recomendadas e a manutenção da estabilidade financeira do Sistema Financeiro Nacional, apenas mitigando sobreposições entre os instrumentos”, informa o comunicado.