Banco Central fecha acordo com Fed para proporcionar liquidez de dólares
O Banco Central (BC) do Brasil está entre as instituições monetárias centrais de todo o mundo que fecharam um acordo temporário com o Federal Reserve (Fed) para dar liquidez de dólares. O Banco Central dos Estados Unidos anunciou a medida nesta quinta-feira (19) e processo será feito por meio de linhas de swap.
“Esses mecanismos são projetados para ajudar a diminuir as tensões nos mercados globais de financiamento em dólares, mitigando os efeitos dessas tensões no fornecimento de crédito para famílias e empresas, tanto no mercado interno quanto no exterior”, informa o Banco Central estadunidense.
O acordo vai apoiar a provisão de liquidez da moeda norte-americana em até US$ 60 bilhões para os seguintes países:
- Brasil
- Austrália
- Coreia
- México
- Cingapura
- Suécia
Os bancos centrais da Dinamarca, Noruega e Nova Zelândia terão linhas de US$ 30 bilhões. Os acordos de liquidez permanecerão em voga por seis meses. A autoridade monetária brasileira, no entanto, ainda não se pronunciou.
Por volta das 11h50, o dólar operava em queda de 1,26%, sendo cotado a R$ 5,1294. Apenas em março, a cotação da moeda já subiu cerca de 20%.
Banco Central corte a Selic novamente
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50%. Com o novo corte a taxa caiu para 3,75%, uma nova mínima histórica.
O corte da Selic era aguardado pelo mercado por causa dos efeitos econômicos provocados pelo surto de coronavírus (Covid-19). Entretanto, a expectativa do mercado era de um corte maior, de até 1 ponto percentual.
Em comunicado sobre o corte, o Comitê informou “uma desaceleração significativa do crescimento global, queda nos preços das commodities e aumento da volatilidade nos preços de ativos financeiros”.
Coronavírus e Mercado Financeiro | Saiba quais oportunidades você pode estar perdendo
“O Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária, e neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos” acrescentou o Comitê.
Em nota, a autoridade monetária informou que “o Banco Central do Brasil ressalta que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual”.