XP: 48% dos balanços do 4T21 vieram com resultados abaixo do esperado

Após o fim da temporada de balanços, a XP Investimentos diz em relatório que os resultados do quarto trimestre foram sólidos, embora tenham demonstrado uma temporada mais fraca que as anteriores. A corretora especifica que “44% dos resultados financeiros divulgados ficaram acima das nossas estimativas, 8% vieram em linha e os 48% restantes abaixo do que esperávamos.”

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Os analistas acrescentam: “Quanto à receita, 46% das empresas superaram nossas expectativas, 21% foram em linha e 34% vieram abaixo”.

A corretora destaca que, no comparativo com trimestres anteriores, os resultados de EBITDA que superaram as estimativas no 4T21 (44% do total) foram inferiores aos dois trimestres anteriores (56% e 64% no 2T21 e 3T21, respectivamente).

XP avalia que temporada de balanços foi mais fraca que as anteriores - Foto:: Reprodução
XP avalia que temporada de balanços foi mais fraca que as anteriores – Foto:: Reprodução

Somado a isso, os resultados que ficaram abaixo (48% do total) foram “significativamente maiores do que no passado (29% e 26% no 2T e 3T, respectivamente)”.

Com todas as empresas já tendo divulgado seus resultados do 4T21, a corretora destaca que os melhores setores do trimestre foram:

  • Papel e Celulose;
  • Educação;
  • Transporte & Logística;
  • Mineração e Siderurgia;
  • Agro; e
  • Alimentos e Bebidas.

No lado negativo, a XP destaca as elétricas, que tiveram balanços com o EBITDA abaixo das expectativas.

Segundo a corretora, durante o 4T21 fatores domésticos e externos afetaram os resultados das empresas de um modo geral.

“Como no terceiro trimestre do ano passado, incertezas sobre a trajetória fiscal brasileira e a mudança no teto de gastos, pressões inflacionárias levando a taxas de juros mais altas, projeções de crescimento econômico mais baixas – para 0% em 2022 – e tensões políticas crescentes pressionaram os ativos brasileiros.”

“Fora do Brasil, o anúncio do Federal Reserve sobre a necessidade de antecipar a alta das taxas de juros norte-americanas, as preocupações com a nova variante Ômicron, a crise energética mundial e a ruptura nas cadeias de produção afetaram os mercados globais”, diz a XP.

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Além disso, a escalada do preços das commodities foi um driver relevante, já que houve um descompasso entre oferta e demanda após o retorno das atividades presenciais.

Isso se deu por conta da menor quantidade disponível em relação às necessidades de abastecer as cadeias produtivas, o que fez os preços das commodities começaram a subir.

Após resultados do 4t21, LPA do Ibovespa cresce

Na média, segundo os dados levantados pela corretora, o trimestre fechou  com alta de 32% no LPA (Lucro por Ação) do Ibovespa, e também cresceu quase 7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (4T20), “em grande parte explicado pela recuperação econômica inicial do país após a pandemia”.

O LPA do Ibovespa subiu somente com os balanços, já que ficou estagnado no 3T21.  O consenso de mercado, contudo, é de que em 2022 os lucros caiam após o fim do primeiro trimestre.

Foto: Reprodução/XP
Foto: Reprodução/XP

As projeções feitas, ainda que mais negativas, tiveram uma melhora de perspectiva, já que após a divulgação dos lucros a estimativa para os próximos 12 meses para 2023 subiram, entre 5,5% e 5,2%.

Por outro lado, o EPS de 2024 teve comportamento oposto e caiu marginalmente em torno de -0,8%, indicando que os analistas não esperam que os preços mais altos das commodities se sustentem.

Apesar disso, o otimismo ainda se mantém, dado que o índice subiu quase 15% na lacuna da divulgação dos balanços – entre 2 de fevereiro e a primeira semana de abril. A movimentação nas ações após os resultados, assim, foi um dos drivers para a melhora de perspectiva da bolsa de valores brasileira.

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“As empresas que superaram as estimativas de EBITDA e receitas retornaram, em média, 1,0% e 0,2%, respectivamente, um dia após a data de cada relatório. Enquanto isso, as empresas que divulgaram resultados abaixo das estimativas foram mais penalizadas com retornos de -2,4% e -0,9% para os mesmos indicadores”, diz a XP.

Educação, Papel e Celulose

Segundo o levantamento da XP, por setor, empresas de educação e papel e celulose tiveram os melhores desempenhos da temporada.

No caso do primeiro segmento, a corretora frisa que a Cogna (COGN3) apresentou resultados ligeiramente positivos no 4T21, com receitas caindo 5,6% A/A (em linha com nossa estimativa), margem EBITDA ajustada em 27,3% (em linha com nossa estimativa) e prejuízo líquido ajustado de R$75 milhões (vs. nossa estimativa de R$105 milhões).

Além disso, a Ser Educacional (SEER3) apresentou um 4T21 levemente positivo devido (i) ao crescimento da base digital de alunos com ticket médio estável e a margem EBITDA estável mesmo considerando o retorno das atividades presenciais.

Foto: Reprodução/XP
Foto: Reprodução/XP

Já no setor de mineração e siderurgia, a XP analisa que a Gerdau (GGBR4) e a Cemig (CMIG4) apresentaram bons números, devido ao aumento das exportações no Brasil, compensando a menor demanda interna.

No Varejo, o principal destaque, segundo a XP, foi o segmento de consumo discricionário, com Natura&Co (NTCO3) apresentando bons balanços, e o segmento E-commerce, com forte EBITDA da Viia (VIIA3).

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Eduardo Vargas

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