A temporada de balanços do quarto trimestre de 2023 está chegando, e o lucro dos quatro maiores bancos listados do país deve crescer 30,1% nos números consolidados do quarto trimestre de 2023, para R$ 26 bilhões, de acordo com a média das estimativas das casas de análise consultadas pelo Broadcast/Estadão.
Segundo projeções realizadas pela agência de notícias, Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) contabilizaram provisões contra o possível calote da Americanas (AMER3) já nos balanços do quarto trimestre de 2022 – a varejista entrou em recuperação judicial no primeiro trimestre do ano passado.
À exceção do Santander, os outros três têm provisões equivalentes a todo o crédito que precisam receber da rede de varejo, que fechou um acordo com credores no final do ano passado, pontua o Broadcast.
Ainda de acordo com a agência, sem o fator Americanas (AMER3), os resultados devem continuar a refletir a diferença de compasso entre Itaú e Banco do Brasil de um lado, e Bradesco e Santander, de outro. Entretanto, todos os quatro bancos devem mostrar algum sinal de melhora, seja nos índices de inadimplência, seja na concessão de crédito.
Bradesco será o resultado mais esperado da temporada, diz analista
No caso do Bradesco, o mercado acredita que Marcelo Noronha – ex-vice-presidente responsável pelo varejo do Bradesco e que assumiu o banco em novembro do ano passado, sucedendo a Octavio de Lazari Junior – revelará planos para a reformulação do banco, em especial no atendimento aos clientes de baixa renda, lembra o Broadcast.
“Embora o quarto trimestre do Bradesco deva ser um ‘não-evento’, este provavelmente é o resultado mais esperado da temporada, considerando a expectativa de anúncio de um novo plano estratégico por Noronha”, escreveu Daniel Vaz, analista do Safra.
Para o Bank of America (BofA), a expectativa é de que o banco sinalize um crescimento ainda alto, dado que o índice de cobertura do balanço está abaixo da média histórica.
Comparativos entre os bancos
Para a XP (XPBR31), Itaú e BB, que mostraram inadimplência mais controlada ao longo dos últimos dois anos, devem crescer mais, com índices de atraso praticamente estáveis. Bradesco e Santander devem manter o conservadorismo, com menor custo de crédito.
Em relação ao Itaú, a expectativa é pelo anúncio de um muito aguardado aumento nos dividendos, diante do excesso de capital que o banco tem mantido e de novas regras contábeis mais brandas que o esperado.
Outro foco estará nas projeções dos bancos para 2024, os chamados “guidances”. Do grupo, Itaú, BB e Bradesco divulgam projeções formais para indicadores como carteira de crédito, despesas operacionais e margens. Já o Santander não as fornece, mas costuma dar sinalizações informais sobre o que esperar.
Por fim, o BofA acredita que para esta temporada de balanços, BB, Itaú e Bradesco devem divulgar projeções similares para o aumento das margens em relação a 2023, entre 8% e 10% – no Bradesco, a tesouraria deve ser mais positiva, enquanto Itaú e BB devem ganhar em margem com clientes graças a um crescimento mais forte das carteiras.
*Com informações de Estadão Conteúdo