Balança comercial tem superávit de US$ 1,2 bi em outubro
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 1,206 bilhão em outubro. O resultado foi o pior no décimo mês do ano em 2014, impactado por queda acentuada nas exportações.
O resultado da balança comercial foi divulgado nesta sexta-feira (1) pelo Ministério da Economia. O superávit estava dentro das previsões dos analistas de um saldo positivo de US$ 1,25 bilhões.
As exportações em outubro caíram 20,4% em comparação com o mesmo mês do ano passado. A média diária das exportações foi de US$ a 18,231 bilhões.
A balança comercial registrou uma retração geral em todos os setores, com queda de
- 26,5% em produtos manufaturados
- 20,6% em produtos semimanufaturados
- 15,3% em produtos básicos
No acumulado dos dez primeiros meses de 2019, a balança comercial ficou positiva em US$ 34,823 bilhões. Uma redução de 27,4% sobre o mesmo mês de 2018.
Balança comercial afetada por commodities
Segundo o Ministério da Economia, em uma análise produto a produto, as exportações em outubro foram afetadas principalmente pelas queda nas vendas de petróleo bruto (US$ 1,6 bilhão). A causa foi a diminuição das cotações internacionais do combustível, além do baixo crescimento da produção doméstica.
Além disso, outro destaque negativo das exportações foi a do aço manufaturado (US$ -499 milhões). A demanda dos Estados Unidos se reduziu, assim como as cotações também foram mais baixas.
Além disso, também diminuíram as exportações de soja em grão (US$ -294 milhões) por causa da menor demanda da China pela commodity agrícola.
Aumento das importações
No lado das importações, foi registrado um ligeiro aumento de 1,1% em outubro em relação ao mesmo mês de 2018, com US$ 17,025 bilhões de produtos importados.
Houve um aumento na compra de:
- bens intermediários (9,3%)
- bens de capital (7,5%)
Por outro lado, se reduziram as compras de:
- combustíveis e lubrificantes (-29,2%)
- bens de consumo (-8,9%)
Segundo o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, o avanço nas negociações na guerra comercial entre Estados Unidos e China é benéfico para o Brasil. Há mais de dois anos as duas maiores economias do mundo estão travando uma disputa na base de aumento de impostos alfandegários e barreiras não alfandegárias.
“Isso ajuda a economia como um todo. Isso é positivo. Aumentando a demanda agregada chinesa, se ela aumentar a exportação pros EUA, ela vai demandar mais produtos brasileiros. A mesma coisa do lado dos Estados Unidos. Mais comércio é mais demanda, é mais atividade econômica, que faz com que exportações brasileiras para esse mercado se beneficiem”, afirmou Brandão.
Segundo o subsecretário, a fraca atividade econômica argentina “tende a pesar menos” nas perspectivas comerciais brasileiras.
“O comércio (Brasil-Argentina) já está em um nível baixo. A importância relativa vem diminuindo, já diminuiu desde o ano passado”, salientou Brandão, indicando as previsões de redução do Produto Interno Bruto (PIB) argentino.
A Argentina absorveu 4,4% das exportações brasileiras nos primeiros dez meses de 2019. Uma contração em relação ao mesmo período do ano passado, quando a participação foi de 6,7%.
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Em setembro, o Ministério da Economia cortou sua previsão de superávit da balança comercial do Brasil em 2019. A estimativa atual ficou em US$ 41,8 bilhões, contra as US$ 56,7 bilhões. Segundo a pasta, o cenário de desaceleração do crescimento econômico no mundo e queda nas exportações para a Argentina por causa da crise no país vizinho provocaram esse corte.